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Ásia

Cineasta Oliver Stone afirma que Edward Snowden é um herói

17 jun 2013 - 16h25
(atualizado às 16h30)
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Eric Snowden em hotel de Hong Kong em imagem divulgada pelo jornal The Guardian
Eric Snowden em hotel de Hong Kong em imagem divulgada pelo jornal The Guardian
Foto: AP

O diretor de cinema americano Oliver Stone afirmou nesta segunda-feira na China que Edward Snowden, da mesma forma que Julian Assange, "é um herói", e que seu caso representa uma grande oportunidade para o gigante asiático demonstrar a "hipocrisia" dos Estados Unidos em suas acusações de espionagem informática a Pequim.

Stone participou de um debate junto com o cineasta Johnnie To, no marco do Festival Internacional de Cinema de Xangai, do qual já fez parte do júri em sua primeira edição, em 1993. Hoje aproveitou a ocasião para falar do caso Snowden, refugiado em Hong Kong desde que revelou um programa de espionagem massiva dos EUA.

"Se a China entregasse Snowden, iria ganhar inimigos no mundo todo", advertiu Stone, que destacou que para o país comunista "esta é uma oportunidade maravilhosa para reverter a situação e mostrar que os EUA foram hipócritas neste assunto".

Washington acusou recentemente Pequim de realizar ataques informáticos sistemáticos contra interesses americanos, de uma suposta unidade de ciberespionagem do exército chinês localizada nos arredores de Xangai, segundo um relatório da empresa de segurança informática Mandiant.

A postura da China perante as acusações foi de negação até agora, e afirmar que, na verdade, seu país sofre ataques informáticos dos EUA há muito tempo.

"Os EUA atacam a China há muito tempo", declarou Stone, completando que "todo o mundo sabe que nós atacamos o Irã há muitos anos".

"Sempre agimos como se fossemos os que sempre saem perdendo, como se os outros tivessem armas melhores que as nossas, como se fossemos mais atrasados que a China em relação à internet, e isso é mentira", opinou.

Sobre os casos de Snowden e de Julian Assange - o fundador do Wikileaks, que publicou material confidencial dos EUA e de outros países -, Stone agradeceu o fato de haver "delatores".

"É maravilhoso que haja um delator, mas não há muitos. É muito difícil ser um delator sob a administração de Obama, que abriu seis processos judiciais contra delatores sob a Lei de Espionagem", lembrou.

"Esse número de delatores é incrível, levando em conta que até os anos 90, só houve três processos deste tipo, e que Obama realizou seis em quatro anos", completou.

"E isso não foi o que Obama prometeu, ele prometeu uma América transparente, prometeu não ser como Bush e Cheney, e sim abordá-lo de uma nova forma, mas não fez isso. Considero que Snowden e Assange são heróis. Ninguém ficou ferido como resultado das revelações do Wikileaks", defendeu.

O cineasta lembrou às cerca de 400 pessoas que o escutaram hoje no Museu do Cinema de Xangai que um filme lançado em 1998, chamado "Inimigo do Estado", foi "profético" em relação ao que acontece hoje com internet.

EFE   
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