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Ásia

Cinco chinesas são investigadas por defender direitos das mulheres, dizem advogados

8 abr 2015 - 09h29
(atualizado às 09h29)
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A polícia chinesa está ampliando uma investigação sobre cinco ativistas para focar nas campanhas delas contra a violência doméstica e por mais banheiros públicos para as mulheres, disseram seus advogados nesta quarta-feira.

Elas foram detidas no fim de semana em que se comemorava o Dia Internacional da Mulher (8 de março) e mantidas presas sob suspeita de "atiçar discussões e provocar problemas”, segundo seus advogados. As acusações podem resultar em pena de até cinco anos de prisão.

Os advogados das cincos detidas -Li Tingting, de 25 anos, Wei Tingting, de 26, Wang Man, de 32, Zheng Churan, de 25, e Wu Rongrong, de 30- inicialmente admitiram que foram detidas por causa de seus planos de se manifestarem contra o assédio sexual em ônibus e trens.

Mas Wang Qiushi, advogado de Li Tingting, disse que o foco da investigação das autoridades se concentra em uma campanha realizada por elas em 2012 para pressionar por mais banheiros públicos para as mulheres e uma outra, de 2013-14, contra a violência doméstica.

"O motivo inicial para levá-las foi a ação contra o assédio sexual, em 7 de março, mas parece agora que estão enquadrando em uma acusação criminal, o que, obviamente, é muito difícil", disse Wang.

Uma campanha de 2012 fez com que quatro cidades prometessem aumentar a proporção de sanitários para as mulheres, segundo o jornal estatal em língua inglesa China’s Daily.

A campanha "Noiva Manchada de Sangue", de 2013-2014, consistia em mulheres usando vestidos de casamento salpicados de sangue para chamar a atenção para a violência doméstica.

Lu Jun, que participou da fundação de um grupo que luta contra a discriminação das mulheres, disse que homens que se identificaram como policiais de Pequim tinham ido a várias cidades à procura de mulheres que tomaram parte da manifestação pelos banheiros femininos.

A polícia de Pequim não respondeu a um pedido de informações sobre as prisões.

Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a União Europeia condenaram as detenções, o que levou a China a pedir que os outros países respeitem sua soberania judicial.

Questionado se o governo estava preocupado com mais censura internacional no caso de as mulheres serem formalmente acusadas, a porta-voz da chancelaria chinesa, Hua Chunying disse: "Eu não acho que haja qualquer razão para estar descontente com a China pelo fato de tratar o caso em questão de acordo com a lei".

Os promotores vão decidir nos próximos dias se as mulheres devem ser formalmente presas ou libertadas, disseram os advogados.

(Reportagem adicional de Ben Blanchard)

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