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Ásia

Ciclone atinge Bangladesh e ameaça Mianmar

16 mai 2013 - 10h31
(atualizado às 10h39)
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O ciclone Mahasen tocou a terra nesta quinta-feira nas costas de Bangladesh, com menos força do que o esperado, onde um milhão de pessoas abandonaram as casas, enquanto a vizinha Mianmar permanece em estado de alerta, em um clima de medo e desconfiança.

Quatro pessoas morreram no sul de Bangladesh, enquanto as fortes chuvas e os ventos violentos sacudiram a costa noroeste de Mianmar, donde vivem dezenas de milhares de deslocados da minoria muçulmana apátrida dos rohyngas.

Segundo as autoridades de Bangladesh, o ciclone entrou no país por Sitakundu, perto de Chittagong, a segunda maior cidade do país, e seguia para o distrito turístico de Cox's Bazaar, mas perdeu muito de sua força.

"O ciclone Mahasen começou a cruzar a costa Patuakhali às 9H00" (0H00 de Brasília), declarou Shamsuddun Ahmed, vice-diretor do departamento meteorológico de Bangladesh.

"Não é um ciclone muito violento, não ganhou força na última parte da viagem antes de afetar a costa", disse.

Os ventos alcançaram velocidades de até 100 quilômetros por hora.

De acordo com Nurul Amin, funcionário do governo local, quatro pessoas morreram, uma delas afogada. Outra foi vítima da queda de uma árvore.

Na segunda-feira, um barco com muçulmanos rohingyas que fugiam do ciclone afundou e 50 pessoas continuam desaparecidas.

O governo de Bangladesh anunciou ter ordenado o envio de um milhão de pessoas a 3.000 abrigos. As pessoas afetadas moram em sua maioria na região de Chittagong, a mais exposta ao ciclone.

Mas um funcionário do governo da ilha de Nijhum Dwip (sul), Mohamad Mehrajudin, disse que muitos moradores das zonas rurais se negaram a deixar suas casas pelo medo de roubos.

Segundo a ONU, mais de oito milhões podem ser afetadas pelo ciclone na área de fronteira entre Mianmar e Bangladesh.

Em Mianmar, as autoridades também adotaram medidas de precaução com o objetivo de abrigar temporariamente mais de 166.000 pessoas no estado de Rakhine (oeste), em sua maioria muçulmanos da etnia apátrida rohingya,.

Mas a situação é muito tensa na região, onde os confrontos entre budistas da etnia rakhine e os rohingyas no ano passado deixaram quase 200 mortos. Atualmente 140.000 deslocados vivem no estado em campos improvisados em péssimas condições.

Por este motivo, as retiradas ordenadas pelas autoridades aconteceram em um clima de grande tensão e de desconfiança por parte da população.

Segundo o jornal oficial do regime birmanês New Light of Myanmar, 70.000 pessoas foram retiradas de suas casas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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