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Ásia

China testa nova forma de censura na internet, diz ONG

1 jun 2013 - 13h22
(atualizado às 13h33)
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Com a proximidade do 24º aniversário do protesto da Praça da Paz Celestial, as autoridades chinesas fingem abrandar a censura da internet com o objetivo de dar a impressão aos internautas de que o tema agora pode ser debatido livremente, informou uma ONG.

Os especialistas da organização GreatFire.org, que estuda a censura na internet na China, anunciaram ter constatado na sexta-feira uma mudança inesperada no sistema chinês, com a suspensão do bloqueio às palavras ligadas à sangrenta repressão do movimento democrático, em 4 de junho de 1989.

A busca com as palavras-chave "acontecimentos de 4 de junho" agora aparece com resultados, mas as respostas são cuidadosamente escolhidas para evitar qualquer referência às origens do movimento estudantil.

O internauta pode, assim, ser levado a crer que um fórum de discussões sobre o assunto foi aberto, mesmo que as 50 páginas de debates falsamente referenciadas não existam.

Outra busca com as palavras-chave "eventos da Praça da Paz Celestial" encontra informações sobre fatos que remontam a 1976, e não a 1989.

Normalmente, as pesquisas com palavras-chave sobre os eventos marcantes de 1989 não têm resultados. A seguinte mensagem aparece: "De acordo com a lei, com as regras e políticas em vigor, os resultados da sua busca não podem ser exibidos".

A ONG GreatFire.org notou que estas mudanças não eram aplicadas de forma constante desde a manhã da sexta-feira, e concluiu que as autoridades ainda estavam fazendo testes para melhorar o sistema.

Conteúdos politicamente sensíveis são proibidos na internet na China e Pequim controla com mão de ferro a comunidade de milhões de internautas para evitar movimentos dissidentes. Sites como Twitter, YouTube e Facebook são proibidos no país.

O sistema de censura da internet é chamado de "Grande Muralha Informática", alusão ao monumento que é símbolo da China.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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