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Ásia

China e Japão evocam vilão de 'Harry Potter' em troca de farpas

A tensão entre os países aumentou após o premiê japonês visitar um santuário que homenageia líderes condenados por crimes de guerra

6 jan 2014 - 08h50
(atualizado às 08h59)
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Lord Voldemort, o vilão da série Harry Potter
Lord Voldemort, o vilão da série Harry Potter
Foto: Reprodução

Diplomatas do Japão e da China evocaram nos últimos dias o maléfico Lord Voldemort, da série de livros e filmes Harry Potter, como exemplo em uma troca de farpas sobre o incidente diplomático gerado pelo visita do premiê japonês, Shinzo Abe, ao santuário de Yasukuni, onde líderes japoneses condenados por crimes de guerra são homenageados ao lado de outros militares mortos.

Na semana passada, o embaixador chinês no Reino Unido, Liu Xiaoming, escreveu uma carta ao jornal The Telegraph dizendo: "O militarismo é como o assombroso Voldemort do Japão. O santuário de Yasukuni em Tóquio é um tipo de horcrux, representando as partes mais negras da alma da nação". 

Na saga, uma horcrux é um objeto mágico que contém partes da alma de Voldemort e é preciso destruir todas as sete horcrux existentes para matá-lo. 

O Japão, no entanto, não perdeu a oportunidade e respondeu na mesma linha. "Há dois caminhos abertos para a China. Um é buscar o diálogo e seguir a lei. O outro é fazer o papel de Voldemort na região ao liberar o mal de uma corrida armamentista e escalada de tensões", escreveu o embaixador japonês em Londres, Keiichi Hayashi, no mesmo The Telegraph nesta segunda.

Hayashi acrescentou que o Japão não tem interesse em aumentar a tensão com o vizinho e acusou a China de ser responsável por uma corrida armamentista. "É curioso que um país que aumentou seus gastos militares em 10% ao ano nos últimos 20 anos chame um vizinho de 'militarista'". 

<p>O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, durante a polêmica visita ao santuário Yasukuni, em 26 de dezembro</p>
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, durante a polêmica visita ao santuário Yasukuni, em 26 de dezembro
Foto: Toru Hanai / Reuters
Abe promete explicações

Também nesta segunda, Shinzo Abe afirmou que deseja encontrar os líderes da China e da Coreia do Sul para explicar porque visitou o polêmico santuário de guerra em 26 de dezembro. O ato do premiê enfureceu China e Coreia do Sul e despertou preocupação dos EUA, um aliado-chave do Japão.

"Buscar diálogo com China e Coreia do Sul é extremamente importante para a paz e a segurança desta região", disse Abe em entrevista coletiva após visitar um santuário na cidade japonesa de Ise, uma tradição do Ano-Novo. "Gostaria de explicar minhas verdadeiras intenções a respeito da visita a Yasukuni. Não há qualquer contato direto sendo feito para agendar esses encontros no momento, mas a porta para o diálogo está aberta, como sempre", acrescentou Abe.

Com informações da Fox News e da agência Reuters

Fonte: Terra
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