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Ásia

China alerta para rápido aumento do HIV entre idosos no país

1 dez 2011 - 12h51
(atualizado às 13h21)
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A China comemorou nesta quinta-feira com diversas atividades públicas o Dia Internacional da Aids, e as autoridades de saúde estatais aproveitaram para alertar sobre o rápido aumento do vírus HIV em uma faixa etária que até o momento não havia recebido muita atenção, a terceira idade.

Segundo um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, publicado em ocasião do Dia Mundial da Aids, o número de soropositivos acima dos 60 anos no país subiu de 483 em 2005 para 3031 em 2010, representando 8,9% do total, quando há meia década eram 2,2%.

De acordo com o responsável de prevenção da Aids da instituição, Wu Zunyou, entrevistado pela agência oficial Xinhua, muitos idosos que contraem a Aids são homens aposentados, muitos deles viúvos, que recorrem à prostituição e não usam preservativos. "Devido à melhora das condições de vida e de saúde pública, o período de atividade sexual dos idosos se prolongou", o que fez com que a terceira idade se consolidasse como grupo de risco, explicou Wu.

Números do Ministério da Saúde chinês indicam que no país há 780 mil soropositivos, dos quais 154 mil desenvolveram a doença. Neste ano, as mortes por Aids subirão para 28 mil no país, o que representa uma redução de 60% em relação a 2010.

As próprias autoridades reconhecem, no entanto, que os números oficiais podem ser muito menores que os reais - organizações internacionais falam de milhões de infectados na China - já que devido ao desconhecimento da doença, muitas pessoas são portadoras do HIV e não sabem, e em algumas regiões, principalmente as rurais, a doença é um tabu que alguns escondem.

Cerca de 60% dos casos na China são transmitidos por relações sexuais - as autoridades continuam indicando os homossexuais como um grupo de alto risco -, com progressiva queda de contágios por consumo de drogas e transfusões realizadas de forma inadequada (principal causa do aumento do vírus nos anos 1980 e 1990).

O diretor-executivo da Unaids, Michel Sidibé, ressaltou em entrevista à "Xinhua" que a China apresentou bons progressos na redução dos casos de Aids entre o grupo dos consumidores de drogas, e que é nessa área que a comunidade internacional pode prestar maior colaboração.

Já os especialistas locais afirmam que o país pode ajudar com as pesquisas que faz para usar a milenar medicina tradicional chinesa no tratamento de pacientes. Com esse objetivo, foi criado em 2004 um Centro de Tratamento e Prevenção da Aids com medicina tradicional chinesa, que tratou 17 mil pacientes e também realizou programas na África Ocidental, uma das regiões do mundo mais castigadas pela doença.

"A medicina tradicional chinesa teve um papel muito importante em aliviar sintomas (da Aids) como febre, fadiga, tosse e perda de apetite", afirmou o subdiretor do centro, Wang Jian, que defende que o desenvolvimento das células infectadas nos pacientes tratados é mais lento.

EFE   
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