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Ásia

Atentados matam 11 pessoas e ferem 48 em eleição no Paquistão

11 mai 2013 - 08h19
(atualizado às 12h32)
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Em Karachi, atentado a carro de partido opositor ao talibã deixou 11 mortos e 36 feridos
Em Karachi, atentado a carro de partido opositor ao talibã deixou 11 mortos e 36 feridos
Foto: Reuters

Duas horas após o início da votação para eleições legislativas no Paquistão, uma bomba explodiu em Karachi, no sul do país, matando ao menos 11 pessoas e deixando 36 feridas, de acordo com fontes de saúde. O artefato estava dirigido contra o carro de um candidato do Partido Nacional Awami (ANP, laico), um dos alvos preferidos do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), que reivindicaram o ataque.

Em Peshawar, bomba em colégio eleitoral para mulheres feriu oito pessoas
Em Peshawar, bomba em colégio eleitoral para mulheres feriu oito pessoas
Foto: Reuters

Pouco depois, em Peshawar (noroeste), outra bomba colocada diante de um Colégio Eleitoral reservado às mulheres feriu oito pessoas, segundo os médicos. Uma terceira bomba, de potência média, explodiu em Mardan, perto de Peshawar, ferindo outras quatro pessoas.

Ao menos 127 pessoas morreram durante a campanha eleitoral no Paquistão, considerada pelos observadores a mais mortífera da história do país. O TTP, oposto a estas eleições por considerá-las "não islâmicas", reivindicou muitos destes ataques, que ocorreram em sua maioria no noroeste e em Karachi, onde o grupo está muito implantado.

Os paquistaneses se dirigiam às urnas neste sábado para participar de eleições legislativas históricas para a consolidação democrática desta potência nuclear, desafiando as ameaças de atentados dos talibãs.

Talibãs ameaçam processo eleitoral no Paquistão:

"Esperávamos mais violência, e é muito bom que tenham acontecido relativamente poucos incidentes, em locais isolados, não de forma generalizada", explicou à Efe o porta-voz da principal rede de observação eleitoral do país (FAFEN), Abdul Ahad. Ele lamentou, no entanto, que "muitos" dos 43 mil observadores acionados pela sua organização não poderem entrar nos colégios eleitorais, impedidos pelas forças de segurança do país.

Participação

Ao meio-dia local, a participação nas eleições era de cerca de 30%, indicou a Comissão Eleitoral. "A participação é muito animadora. Estimamos que atualmente é de 30% e esperamos uma taxa final de cerca de 60%", disse à AFP Jurshid Alam, um funcionário de alto escalão da Comissão Eleitoral. O índice de participação, que nas últimas eleições gerais de 2008 foi de 44%, será uma das chaves do resultado.

Segundo correspondentes da AFP, ao meio-dia era registrada uma forte participação na capital, Islamabad, e em outras grandes cidades como Karachi, Lahore (leste) e Peshawar (noroeste). No entanto, ela parecia mais limitada na província do Baluchistão, atingida com frequência pela violência.

Os paquistaneses começaram a votar às 8h (meia-noite de Brasília) nos aproximadamente 70 mil Colégios Eleitorais, que fecharam suas portas às 17h (9h de Brasília). No entanto, foram registrados alguns atrasos, especialmente em Karachi, e a Comissão Eleitoral anunciou que os Colégios afetados permanecerão abertos um pouco mais.

Mais de 86 milhões de pessoas estão habilitadas a votar para escolher 342 deputados e representantes em quatro assembleias provinciais do Paquistão. Os primeiros resultados podem ser divulgados ainda no início da noite. O partido que obtiver a vitória nas eleições estará encarregado de formar um governo, recorrendo a uma coalizão majoritária, se for necessário.

Estas eleições são históricas, já que permitirão que um governo civil passe o poder a outro depois de ter chegado ao fim de um mandato de cinco anos, uma novidade neste país criado em 1947 e com uma história marcada por golpes de Estado.

Fonte: Com informações da EFE
AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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