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Ásia

Ataque suicida deixa 38 mortos em funeral no Paquistão

8 ago 2013 - 18h13
(atualizado às 18h14)
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Um atentado suicida matou nesta quinta-feira 38 pessoas e deixou outras 50 feridas, em sua maioria policiais paquistaneses que compareciam a um funeral um dia antes do início do festival muçulmano de Eid al-Fitr no país.

O ataque foi reivindicado pelos talibãs paquistaneses. "Nós o cometemos e nos próximos dias verão outro grande atentado", assegurou Shahidula Shahid, porta-voz do grupo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP).

O ação terrorista contra o quartel da polícia na cidade de Quetta, no sudoeste do Paquistão, foi o último de uma série de atentados que demonstram os desafios enfrentados pela segurança do governo recém-eleito.

O suicida detonou seus explosivos quando os oficiais se reuniam para prestar homenagem a um colega que havia sido morto a tiros poucas horas antes em Quetta, capital da conturbada província de Baluchistão.

"Ao menos 38 pessoas foram mortas e mais de 50 ficaram feridas", disse o oficial de polícia Mohammad Tariq à AFP. "A maioria dos mortos e feridos é de policiais", completou.

O filho do imã da mesquita localizada na sede da polícia estava entre os mortos, informou o médico Syed Sarwar Shah à AFP.

Quando perguntado se o agressor pode ter sido ajudado por uma fonte de dentro da força policial, ele afirmou: "Sim, também vamos investigar o envolvimento de alguém de dentro".

Testemunhas descreveram o horror após a explosão.

"Eu estava dentro da mesquita e estávamos em fila para as orações fúnebres quando uma grande explosão ocorreu. Saí e vi feridos e cadáveres", afirmou à imprensa o policial Mohammad Hafiz.

"A maioria dos corpos estava irreconhecível. Recolhemos partes de corpos", afirmou Hafiz na coletiva de imprensa transmitida pela rede de televisão ARY.

"Aqueles que estão matando as pessoas, até mesmo dentro de mesquitas, não são seres humanos, são monstros. Eles não são muçulmanos, eles não têm nada a ver com o Islã. Alá nunca vai perdoá-los", acrescentou.

A explosão marcou um Ramadã sangrento no Paquistão, onde pelo menos onze ataques mataram mais de 120 pessoas durante o mês de jejum, um dos períodos mais sagrados do calendário islâmico.

O mês termina com o festival de Eid al-Fitr, que começa no Paquistão na sexta-feira.

Na quarta-feira, uma bomba matou oito pessoas no fim de uma partida de futebol na maior cidade do Paquistão, Karachi, muitos deles jovens fãs que assistiam ao jogo das arquibancadas.

E na terça-feira separatistas do Baluchistão mataram 14 pessoas, incluindo três agentes de segurança, 70 km a sudeste de Quetta.

O Paquistão também vive uma tensa disputa com a Índia após morte de cinco soldados indianos na região da Caxemira, nesta semana.

Nesta quinta-feira, o governo indiano acusou diretamente pela primeira vez o Exército paquistanês pelo envolvimento nas mortes.

O ministro da Defesa indiano, A. K. Antony, advertiu que a emboscada contra seus soldados prejudicará os laços com Islamabad, e insinuou uma ação militar mais forte ao longo da Linha de Controle que divide a Caxemira nos setores indiano e paquistanês.

O Paquistão nega qualquer envolvimento nas mortes e o primeiro-ministro Nawaz Sharif tentou aliviar as tensões nesta quinta insistindo que ambos os lados trabalhem rapidamente para fortalecer o cessar-fogo, que já dura dez anos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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