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Ásia

Ataque suicida deixa 38 mortos e 50 feridos no Paquistão

8 ago 2013 - 09h04
(atualizado às 13h46)
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Autoridade observa veículo destruído em atentado em Quetta
Autoridade observa veículo destruído em atentado em Quetta
Foto: Reuters

Um atentado suicida matou 38 pessoas nesta quinta e deixou outros 50 feridos, a maioria policiais que compareciam a um funeral um dia antes do início do festival muçulmano de Eid al-Fitr no país. O ataque ocorreu em um quartel da polícia da cidade de Quetta e foi o último de uma série de atentados que demonstram os desafios enfrentados pela segurança do governo recém-eleito.

O suicida detonou seus explosivos quando os oficiais se reuniam para prestar homenagem a um colega que havia sido morto a tiros poucas horas antes em Quetta, capital da conturbada província de Baluchistão. O filho do imã da mesquita localizada na sede da polícia estava entre os mortos.

Mushtaq Sukhera, chefe de polícia do Baluchistão, informou que pelo menos 30 pessoas foram mortas e 21 delas foram identificadas como policiais. "O número de mortos pode subir, já que o estado de muitos dos feridos é crítico". Quando perguntado se o atacante pode ter sido ajudado por uma fonte de dentro da força policial, ele afirmou: "Sim, também vamos investigar isso".

Não houve reivindicação imediata de responsabilidade, e a polícia informou que o ataque foi realizado por um suicida.

"Eu estava dentro da mesquita e estávamos em fila para as orações fúnebres quando uma grande explosão ocorreu. Saí e vi feridos e cadáveres", afirmou o policial Mohammad Hafiz. "A maioria dos corpos estava irreconhecível. Coletamos partes de corpos. "Aqueles que estão matando as pessoas, até mesmo dentro de mesquitas, não são seres humanos, são monstros. Eles não são muçulmanos, eles não têm nada a ver com o Islã. Alá nunca vai perdoá-los", acrescentou.

Ramadã sangrento no Paquistão

A explosão coroou um Ramadã sangrento no Paquistão, onde pelo menos 11 ataques mataram mais de 120 pessoas durante o mês de jejum, um dos períodos mais sagrados do calendário islâmico. O mês termina com o festival de Eid al-Fitr, que começa no Paquistão na sexta-feira.

Na quarta, uma bomba matou oito pessoas no fim de uma partida de futebol na maior cidade do Paquistão, Karachi, muitos deles jovens fãs que assistiam ao jogo das arquibancadas. E na terça separatistas do Baluchistão mataram 14 pessoas, incluindo três agentes de segurança, 70 km a sudeste de Quetta.

O Paquistão também vive uma tensa disputa com a Índia pela morte de cinco soldados indianos na região da Caxemira, nesta semana. Nesta quinta-feira, o governo indiano acusou diretamente pela primeira vez o exército paquistanês pelo envolvimento nas mortes.

O ministro da Defesa indiano, A. K. Antony, advertiu que a emboscada contra seus soldados prejudicará os laços com Islamabad, e insinuou uma ação militar mais forte ao longo da Linha de Controle que divide a Caxemira nos setores indiano e paquistanês.

O Paquistão nega qualquer envolvimento nas mortes e o primeiro-ministro Nawaz Sharif tentou aliviar as tensões nesta quinta-feira insistindo que ambos os lados trabalhem rapidamente para fortalecer o cessar-fogo, que já dura dez anos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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