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Ásia

Ataque suicida contra comboio da Otan mata ao menos 14 em Cabul

16 mai 2013 - 02h28
(atualizado às 09h49)
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Pelo menos 14 pessoas, incluindo dois militares estrangeiros e quatro civis que trabalham para a Otan, além de crianças, morreram nesta quinta-feira em um atentado suicida com carro-bomba contra um comboio da força internacional da Otan em Cabul.

Explosão, de grande potência, causou destroços em pelo menos uma dezena de casas
Explosão, de grande potência, causou destroços em pelo menos uma dezena de casas
Foto: Reuters

O ataque foi reivindicado pelo grupo Hezb-e-Islami do ex-primeiro-ministro e chefe de guerra afegão Gulbudin Hekmatyar.

Este foi o atentado mais violento na capital afegã desde 9 de março, quando um ataque suicida com uma bicicleta-bomba matou nove pessoas diante do ministério da Defesa, durante a visita do secretário de Defesa americano Chuck Hagel.

A força internacional da Otan não divulgou a nacionalidade das seis vítimas que integravam a força. Oito civis afegãos, incluindo duas crianças com 6 e 10 anos, morreram na forte explosão, que também deixou 37 feridos, em sua maioria alunos que seguiam para o colégio, de acordo com as autoridades afegãs.

Uma fonte das tropas internacionais se limitou a confirmar que um comboio da coalizão foi alvo de uma explosão no bairro residencial de Shah Shahid, ao sudeste da capital afegã.

"Um carro-bomba explodiu perto de dois veículos militares estrangeiros. Há vítimas e 10 casas foram atingidas", declarou à AFP o chefe de polícia de Cabul, Mohamad Ayub Salangi.

A explosão, de grande potência, foi ouvida em boa parte da cidade e matou pelo menos seis civis afegãos. Os corpos ficaram tão mutilados que não foi possível identificar as vítimas, informou Sayed Kabir Amiri, diretor dos serviços hospitalares do ministério da Saúde.

As forças afegãs isolaram a área e soldados americanos compareceram ao local.

"Cometemos o ataque, assumimos a responsabilidade", declarou por telefone à AFP Zubair Sediqi, porta-voz do grupo Hezb-i-Islami, que luta, assim como os talibãs, contra as forças internacionais lideradas por Washington.

As relações do grupo com os talibãs costumam ser conflituosas.

O pashtun Hekmatyar, ex-comandante afegão que lutou contra as tropas soviéticas (1979-89), efêmero primeiro-ministro nos anos 90 e outrora protegido do Paquistão e dos Estados Unidos, é considerado atualmente pelas potências ocidentais um dos mais brutais chefes de guerra. Washington o procura por "terrorismo".

Desde o início de sua "ofensiva de primavera", os insurgentes intensificaram os ataques contra a força internacional, que perdeu 21 soldados, a maioria americanos.

Três soldados americanos morreram na terça-feia em uma explosão no sul do Afeganistão, na província de Kandahar, reduto histórico dos talibãs, um dia depois da morte de três soldados georgianos em um atentado suicida cometido contra uma base na província de Helmand.

A força internacional conta com quase 100.000 militares no Afeganistão sob comando da Otan. A maioria será repatriada ao fim de 2014, mas alguns países, como Estados Unidos e Alemanha, defendem a manutenção de uma presença militar no país.

Mais de 11 anos depois da invasão do Afeganistão que provocou a queda do governo talibã, os insurgentes condicionam uma eventual negociação de paz à retirada das tropas estrangeiras.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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