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Ásia

Arábia Saudita suspende milionária ajuda militar a Líbano por disputa com Irã

19 fev 2016 - 16h49
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A Arábia Saudita anunciou nesta sexta-feira a suspensão da ajuda militar ao Líbano, que chega aos US$ 4 bilhões (R$ 12 bilhões), após o país não condenar os ataques às sedes diplomáticas sauditas no Irã, em janeiro, que foram uma resposta à execução do clérigo xiita saudita Nimr Baqr Al Nimr.

A agência de notícias oficial saudita, "SPA", informou que o Líbano mostrou "uma postura contrária" a de Riad, "no âmbito árabe, regional e internacional, que não está em harmonia com a relação fraternal que une os dois países".

A "SPA", que citou um responsável saudita, explicou que o Líbano não denunciou nem na Liga Árabe nem na Organização de Cooperação Islâmica os "flagrantes assaltos" contra suas delegações diplomáticas no Irã no começo deste ano.

Além disso, afirmou que esses incidentes foram denunciados por todos os países do mundo e pelo Conselho de Segurança da ONU, mas o Líbano se absteve.

A fonte citou o "autodenominado Hezbollah", a potente milícia xiita libanesa, aliado de Teerã na região, para quem "os atos terroristas do Hezbollah transgridem o tradicional apoio do reino saudita ao Líbano durante as crises econômicas e políticas" que o país atravessou.

Por isso a Arábia Saudita decidiu "reconsiderar totalmente suas relações com o Líbano" e tomou a decisão de suspender o apoio que dava ao exército e à polícia libaneses, pela influência que a milícia xiita exerce sobre o Estado.

Em 2013 a Arábia Saudita anunciou um pacote de ajuda de US$ 3 bilhões ao exército libanês, para que comprasse armamento da França, além de oferecer outro US$ 1 bilhão às forças de segurança para fortalecerem suas capacidades na luta contra os jihadistas que se infiltraram no Líbano vindos da Síria.

Em abril de 2015 chegou ao Líbano a primeira entrega dessa ajuda militar, que incluía defesas antiaéreas, tanques e outro armamento pesado.

O primeiro-ministro libanês, Tamam Salam, pediu à Arábia Saudita que reconsidere a decisão e afirmou que deseja "manter as relações históricas", por isso seu governo "está disposto a agir pela fraternidade, amizade e interesses comuns entre ambos os países".

Enquanto isso, o Hezbollah considerou em comunicado que a decisão saudita "demonstra que (este país) patrocina e financia o terrorismo, e fomenta problemas no mundo árabe e islâmico".

O grupo xiita afirmou que por trás da medida se encontra a conjuntura econômica saudita, que está sofrendo devido à queda dramática dos preços do petróleo, do qual depende fortemente.

EFE   
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