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Ásia

Após acordo de Kaesong, Coreias podem retomar outros projetos

15 ago 2013 - 02h13
(atualizado às 03h51)
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Após o histórico acordo alcançado ontem em relação à abertura do complexo de Kaesong, a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, propôs nesta quinta-feira ao governo norte-coreano retomar outros projetos interrompidos entre as Coreias.

Em um discurso em ocasião da celebração do "Dia da libertação" da colonização japonesa (1910-1945), Park propôs impulsionar as reuniões das famílias separadas pela Guerra da Coreia (1959-1953) e estabelecer um parque memorial da paz na zona desmilitarizada fronteiriça entre os dois países.

"Espero que o acordo ajude a corrigir os comportamentos errôneos do passado nas relações intercoreanas e estreite o caminho para uma nova etapa", detalhou Park, em declarações recolhidas pela agência Yonhap.

Além disso, a presidente pediu aos políticos japoneses "demonstrarem uma valente liderança para curar as feridas do passado" através de "medidas responsáveis e sinceras", as quais serão capazes de solver os conflitos, ainda abertos, de seu passado colonial.

Neste aspecto, durante seus anos de domínio, o Japão expropriou terras de muitos coreanos, além de terem proibido o uso de seu idioma nas escolas, obrigado os mesmos a se alistarem na armada, condenando muitos ao trabalho forçado e utilizado cerca de 200 mil mulheres como "escravas" sexuais do Exército Imperial.

Apesar dos protestos em torno desta ação e por ocasião da celebração do 68º aniversário do fim da II Guerra Mundial no Japão, dois ministros japoneses visitaram no início da manhã o polêmico santuário de Yasukuni, dedicado aos soldados caídos e que abriga a notórios criminosos da Segunda Guerra Mundial.

O discurso de Park vem à tona um dia depois que as duas Coreias conseguiram entrar em acordo em relação à reabertura do complexo de Kaesong, que estava fechado há 133 dias, após sete rodadas de negociações.

No documento de cinco pontos, ambos os países se comprometeram a não voltar a fechar suas portas "sob nenhuma circunstância", assim como a criação de um comitê misto que se encarregará de garantir o funcionamento do complexo, situado em território norte-coreano e no qual 123 empresas do Sul empregam aproximadamente 54 mil trabalhadores do Norte.

Como um mecanismo de salvaguarda e para evitar uma nova paralisação do complexo, o documento estabeleceu também a possibilidade de "internacionalizar" o parque industrial, que, em breve, poderá ser aberto para entrada de investidores estrangeiros.

O complexo, que estava há mais de oito anos operando de maneira quase ininterrupta, foi fechado unilateralmente pelo regime de Kim Jong-un no último 8 de abril, após uma longa campanha de hostilidades do Norte contra Seul e Washington.

EFE   
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