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Ásia

Advogado de Nemtsov diz não acreditar que chechenos planejaram assassinato

10 mar 2015 - 11h11
(atualizado às 11h11)
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O advogado da família do opositor russo Boris Nemtsov, assassinado em 27 de fevereiro em Moscou, colocou em dúvida nesta terça-feira a versão de que os chechenos presos pela polícia organizaram e cometeram o crime.

"Não acredito de nenhuma maneira que estas pessoas sejam ao mesmo tempo os organizadores e os que cometeram" o assassinato, disse Vadim Projorov ao jornal digital "Gazeta.ru.".

Prokhorov admitiu, no entato, a possibilidade dos cinco detidos serem os executores do assassinato de Nemtsov, que foi baleado com quatro tiros nas costas em uma ponte perto do Kremlin.

"Em qualquer lugar, a culpa deve ser demonstrada com provas irrefutáveis durante um processo judicial aberto. E isto é muito importante. Que a ninguém reste a menor dúvida", disse.

O advogado afirmou que o assassinato "foi, com toda segurança, planejado" com participação dos serviços secretos russos, já que "ocorreu diante das muralhas do Kremlin".

"Como pôde esta gente tem planejado tudo isto sem a ajuda de pessoas procedentes dos serviços secretos? Eu não entendo", perguntou.

Prokhorov ressaltou que os investigadores responsáveis pelo caso ainda não fizeram referência a quem encomendou o assassinato de Nemtsov.

"Quem foi que encomendou? Pode ser que o conheçamos. Agora, pelo que eu sei, ainda não foi estabelecido. Não sei quem foi, mas posso adivinhar. Pelo teor da biografia dessas pessoas" presas, disse.

A família de Nemtsov espera que os chechenos confessem quem encomendou o assassinato, e consideram que ter prendido o grupo não é suficiente para esclarecer o crime.

O ex-primeiro-ministro e dirigente opositor Mikhail Kasianov também afirmou que não considera que os detidos sejam os mentores do crime que vitimou Nemtsov, e considerou "inadmissível" a versão de ele foi baleado por radicais islamitas.

"São os organizadores? Certamente que não. E a versão e os motivos são inadmissíveis. Os investigadores tentam desfazer a versão do assassinato político para encontrar o que pode ser mais ou menos agradável para a sociedade", disse.

Segundo a agência de notícias "Rosbalt", o checheno Zaur Dadaev, membro das forças especiais do Ministério do Interior da Chechênia, confessou ter cometido o assassinato motivado pelas críticas de Nemtsov ao islã e sua defesa das caricaturas de Maomé publicadas pelo semanário francês "Charlie Hebdo".

A Justiça russa acusou formalmente no domingo Dadaev e Anzor Gubashev de envolvimento no assassinato, e ordenou a prisão preventiva de outros três suspeitos, todos de origem chechena.

EFE   
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