Afegãs protestam após execução filmada de acusada de adultério

Momtaz, uma garota de 16 anos que foi vítima de ataque com ácido, participa de um protesto em Cabul contra o assassinato de uma mulher por talibãs devido a uma suspeita de adultério. Dezenas de defensores dos direitos das mulheres no Afeganistão marcharam pelas ruas da capital do país em manifestação contra a execução, que foi filmada

Mulheres gritam palavras de ordem na marcha de protesto pelas ruas de Cabul. Najiba, 22 anos, foi morta com 10 tiros diante de vários homens, reunidos para assistir à execução em um pequeno vilarejo da província de Parwan, 100 km ao norte da capital

"Queremos justiça", gritavam as manifestantes, que marcharam entre o Ministério das Mulheres e a Praça Zanbaq, a poucos metros da sede da presidência. As autoridades afegãs informaram que os assassinos eram talibãs, que aplicavam esse tipo de pena quando estavam no poder (1996-2001)

A chefe da Comissão de Direitos humanos do Afeganistão, Seema Samar, participa do protesto. A execução de Najiba aconteceu depois que foram recitados trechos do Alcorão de condenação ao adultério. O ato foi saudado com gritos de "viva o islã" e "vivam os mujahedines"

Afegã segura cartaz que diz "Por que só as mulheres são vítimas?". As manifestantes pediram ao presidente Hamid Karzai e a seu governo que atuem em favor da causa das mulheres, ao invés de apenas manifestar emoção com os atos que afetam as vítimas

De acordo com a ONG Oxfam, 87% das afegãs afirmam ter sido vítimas de violências físicas, sexuais e psicológicas ou de um casamento forçado