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Ásia

Mianmar proíbe publicação de revista 'Time' sobre "terror budista"

26 jun 2013 - 01h49
(atualizado às 02h01)
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Segundo a Time, Wirathu é o líder de um movimento radical de monges budistas birmaneses que afirmam que a minoria muçulmana do país ameaça a pureza racial e a segurança nacional
Segundo a Time, Wirathu é o líder de um movimento radical de monges budistas birmaneses que afirmam que a minoria muçulmana do país ameaça a pureza racial e a segurança nacional
Foto: Reprodução

O governo de Mianmar proibiu a publicação da edição de julho da revista Time que mostra na capa o monge budista Wirathu, acusado de alimentar a violência sectária no país, sob o título "A cara do terror budista", informou o governo do país nesta quarta-feira.

Em mensagem televisiva, o governo declarou que pretende "evitar o aumento dos distúrbios raciais e religiosos" no país com a censura da revista.

Segundo a Time, Wirathu é o líder de um movimento radical de monges budistas birmaneses que afirmam que a minoria muçulmana do país ameaça a pureza racial e a segurança nacional.

Este grupo, conhecido por utilizar os dígitos 969 que é uma referência às virtudes de Buda, pediu restrições ao casamento entre budistas e muçulmanos, e o boicote aos negócios de propriedade dos muçulmanos.

O gabinete do presidente birmanês, Thein Sein, emitiu um comunicado no domingo passado em defesa do budismo em Mianmar e rejeitando qualquer forma de associação da religião com o terror e a violência.

"O que escreveu a revista Time pode levar a mal-entendidos sobre a religião budista em Mianmar e prejudica os esforços para conseguir a conciliação inter-religiosa em Mianmar", diz o comunicado.

Cerca de 250 pessoas morreram durante os enfrentamentos entre budistas e muçulmanos que começaram há mais de um ano no estado de Rakhine, nordeste de Mianmar, e que se espalharam por diversas províncias do país.

Dezenas de milhares de muçulmanos ainda continuam em campos de refugiados após perderem seus lares pela ação de grupos budistas radicais que patrulhavam as cidades com facões e pedaços de pau e queimaram edifícios de propriedade muçulmana.

A ONU, os Estados Unidos, a União Europeia e os governos de outros países expressaram preocupação com os distúrbios que podem contribuir para acabar com as reformas que ocorrem em Mianmar após quase 50 anos de regimes militares.

Mianmar tem cerca de 60 milhões de habitantes, dos quais 89% são budistas, 4% muçulmanos e o restante de outras religiões.

EFE   
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