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Apuração de votos é iniciada no Mali após dia de votação sem incidentes

29 jul 2013 - 11h43
(atualizado às 11h53)
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Os colégios eleitorais do Mali começaram nesta segunda-feira a apuração dos votos após a jornada eleitoral de ontem para a escolha de um novo presidente, que transcorreu quase sem incidentes.

Após uma longa noite, em que centenas de seguidores do ex-primeiro-ministro Ibrahim Boubacar Keïta, o candidato favorito segundo as enquetes, saíram às ruas da capital para comemorar a suposta vitória de seu candidato, Bamaco amanheceu tranquila.

Várias rádios divulgaram no último domingo, após o encerramento da votação às 18h (hora local, 15h de Brasília), resultados parciais nos quais Keita aparece com uma vantagem considerável em relação ao restante dos candidatos, 27 no total.

No entanto, ao ser consultado pela Agência Efe, Keita se mostrou comedido e garantiu que "não coloca o carro na frente dos bois" antes de ressaltar que só se pronunciará sobre os resultados após o anúncio oficial, esperado dentro de dois ou três dias.

Um funcionário do Ministério da Administração Territorial, instituição encarregada da apuração e do anúncio dos resultados, garantiu à Efe que os primeiros números oficiais serão conhecidos em 48 ou 72 horas.

"Não podemos proibir os militantes dos diferentes candidatos de avaliar a informação da qual dispõem. Nossos agentes estão trabalhando. Os resultados oficiais provisórios serão divulgados nas próximas 48 ou 72 horas", disse Issa Tieman Diarra, funcionário do Ministério.

Diarra acrescentou que, antes de avançar na apuração, era necessário "contrastar os resultados com os documentos recebidos".

A União pela República (UPR), partido do segundo candidato mais cotado à presidência, Sumaila Cissé, e o majoritário Aliança pela Democracia no Mali (ADEMA), cujo candidato é Dramane Dembelé, criticaram o comportamento dos seguidores de Keita e pediram contenção.

Para o ADEMA, "estas agitações causadas por simpatizantes que cantaram a vitória de seu candidato pretendem alterar o clima de serenidade e boa conduta que prevaleceu em toda a campanha".

Em comunicado divulgado pela juventude do partido, o ADEMA pediu a todos os candidatos que peçam aos seus seguidores "discernimento e civilidade para não criar uma crise pós-eleitoral em um país que já sofreu muito".

Se nenhum candidato alcançar mais de 50% dos votos neste primeiro turno, os dois candidatos mais votados concorrerão ao segundo turno no dia 11 de agosto.

As eleições de ontem transcorreram em geral em um ambiente marcado pelo otimismo e sem incidentes importantes registrados.

Os malineses foram convocados para escolher o novo presidente que deve tirar o país da profunda crise que atingiu o Mali em 2012, após o golpe de estado militar de 22 de março que pôs fim à ordem constitucional.

A crise institucional provocada pelo golpe se agravou devido a uma rebelião tuaregue que explodiu no norte do país dois meses antes e que rendeu o controle das províncias de Gao, Kidal e Timbuktu aos rebeldes entre o final de março e o começo de abril.

Recuperada a autoridade no norte do Mali, graças à intervenção militar francesa em janeiro, o novo presidente deverá se concentrar na reconciliação nacional, em consolidar a paz e em reforçar a autoridade das instituições democráticas.

EFE   
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