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Após vitória do PT em São Paulo, atenções se voltam para eleições de 2014

28 out 2012 - 21h00
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A vitória deste domingo do PT na eleição para a prefeitura de São Paulo, com Fernando Haddad, representa uma importante conquista para o partido visando o pleito presidencial de 2014.

Haddad, que começou a corrida eleitoral na condição de novato e com fracos resultados nas pesquisas de intenção de voto, correndo o risco de ficar de fora do segundo turno, vai comandar a maior cidade do país.

No entanto, o efeito que este triunfo terá em 2014 ainda é incerto, segundo analistas políticos.

"O impacto destas eleições está por ser visto. É preciso ver como Lula e o PT vão ler o resultado. O problema vai ser se para 2014 vão ignorar os aliados por acreditarem que podem ganhar sozinhos ou se vão buscar alianças" com os partidos que habitualmente se integram ao governo, disse à Agência Efe o analista político Luciano Dias, diretor da CAC Consultoria Política.

Para ele, o cenário de 2014 estará ligado com a delegação de secretarias municipais por parte da administração de Haddad a seus aliados.

Nesse mercado das alianças políticas, fundamental para o sucesso legislativo do PT, começam a aparecer solistas como o PSB, legenda que aumentou sua visibilidade nacional pelos bons resultados nestas eleições municipais e devido ao prestígio de seu presidente, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Atualmente na aliança que apoia Dilma Rousseff, o PSB pode querer um futuro "independente", e ultimamente vem sendo especulado que tanto Campos como o ex-ministro de Integração Ciro Gomes consideram que o partido deve lançar seu próprio candidato presidencial em 2014, o que pode enfraquecer a base de apoio à governante.

Segundo dados oficiais, o PSB venceu neste domingo o PT na disputa pelas prefeituras de Fortaleza e Cuiabá, e além disso ganhou em Porto Velho, capitais que se somam a Belo Horizonte e Recife, onde no primeiro turno também se impôs também ao partido de Lula e Dilma.

O pleito de 2014 também é o novo alvo do PSDB, que após a derrota de seu candidato em São Paulo, José Serra, pode perder visibilidade em nível nacional.

Segundo Dias, o resultado de hoje representa "o esgotamento do ciclo do PSDB em São Paulo", seu principal reduto eleitoral, e por isso não lhe resta outro caminho senão inovar em candidatos para voltar a seduzir o eleitorado.

"O PSDB vai ter que testar novos líderes, gente nova", disse o analista, que para Serra prevê uma "gloriosa, justa e merecida aposentadoria".

Esta opinião é compartilhada, em certa medida, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que após votar hoje reconheceu que o PSDB precisa de "renovação".

"Temos que empurrar os novos para ir à frente", disse FHC, que defendeu a "tenacidade" de Serra para se manter na luta política aos 70 anos.

Com a derrota do PSDB em São Paulo, quem entra em evidência é a vertente do partido em Minas Gerais, liderada pelo senador e ex-governador Aécio Neves, de 52 anos, provável nome do partido para concorrer à presidencia em 2014. EFE

mb/id

EFE   
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