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Ao receber Nobel da Paz, Opaq reafirma meta de mundo sem armas químicas

10 dez 2013 - 11h34
(atualizado às 12h03)
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Ahmet Uzumcu recebe o Prêmio Nobel da Paz em Oslo, na Noruega
Ahmet Uzumcu recebe o Prêmio Nobel da Paz em Oslo, na Noruega
Foto: AP

O diretor da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), Ahmet Uzumku, reafirmou nesta terça-feira, ao receber o Prêmio Nobel da Paz, a meta de conseguir um mundo sem esse tipo de armamento.

"A Opaq verificou a destruição de 80% de todas as armas químicas declaradas e há 190 estados que se somaram à proibição. Estamos avançando para que a visão de um mundo sem armas químicas se torne realidade", disse Uzumku em seu discurso feito na prefeitura de Oslo (Noruega).

Agora, segundo o diretor-geral, um dos desafios da organização é trabalhar para que esse tipo de armamento não ressurja.

Uzumcu comemorou o fato da reação internacional ter levado a Síria a se somar a convenção sobre armas químicas, que já conta com a participação de 190 Estados, e disse que outro dos desafios é conseguir a integração dos seis países que estão ausentes.

O diretor-geral da Opaq advertiu que o trabalho do organismo na Síria é algo que foge da rotina pelas condições especiais do país.

"Verificar a declaração sobre as armas químicas de um Estado membro da convenção é algo rotineiro para a Opaq. Mas é claro que nada pode ser rotina nesse país, devido às circunstâncias em que trabalhamos", disse ao receber o Nobel da Paz.

Uzumcu lembrou as mortes deixadas pelas armas químicas ao longo do século XX e "infelizmente também no século XXI", desde a primeira vez em que foi usada em grande escala na batalha de Flandres, durante a 1ª Guerra Mundial.

Segundo o diretor, embora "nenhum tipo de armamento tenha o monopólio da crueldade", as armas químicas apresentam uma série de características que as tornam especialmente nefastas.

"As armas químicas carregam o medo profundamente enraizado de todos os humanos de serem envenenados. Não distinguem entre combatentes e civis, entre uma cidade e um campo de batalha. Não podem ser vistas, não se podem cheiradas e não dão aviso", disse.

"Seus efeitos, no entanto, são devastadores, queimam, cegam e sufocam suas vítimas. A morte raramente é instantânea e nunca sem dor. E quando não matam, estas armas causam um dano às pessoas e seu meio ambiente sem dar oportunidade que se repare uma vez termine o conflito", acrescentou.

Uzumcu lembrou que embora sua organização foi fundada em 1997, o primeiro esforço para proibir o uso de armas químicas é de 1899, quando foi assinada a Convenção de Haia, que não foi respeitada durante a 1ª Guerra Mundial.

Depois veio o Protocolo de Genebra, de 1925, que proibia o uso das armas químicas mas não sua fabricação e sua posse.

Apesar disso, frisou Uzumcu, "as armas químicas seguiram sendo utilizadas em todo o mundo, também contra a população civil, e durante a Guerra Fria surgiram arsenais maiores e mais temíveis".

EFE   
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