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Mundo

Anistia Internacional pede que Farc libertem todos os reféns

3 abr 2012 - 09h00
(atualizado às 09h26)
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A Anistia Internacional (AI) recebeu nesta terça-feira como positiva, mas insuficiente, a libertação por parte das Farc dos últimos dez policiais e militares que estavam em seu poder, e pediu ao grupo guerrilheiro que liberte todos os reféns e parem com os sequestros. A organização recebeu as libertações dos seis policiais e quatro militares como um "alívio" para eles e suas famílias, mas recordou a "inimaginável angústia" que continua para os parentes de um número indeterminado de civis que seguem nas mãos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do Exército de Libertação Nacional (ELN).

O sargento Luis Alfredo Moreno agita a bandeira colombiana com euforia na chegada ao aeroporto de Villavicencio. As Farc entregaram os últimos 10 militares e policiais que a guerrilha mantinha em seu poder, na fronteira dos departamentos de Meta e Guaviare, na selva colombiana. Os libertados eram reféns da guerrilha há pelo menos 14 anos e todos foram sequestrados entre 1998 e 1999 em ataques a postos policiais e bases militares
O sargento Luis Alfredo Moreno agita a bandeira colombiana com euforia na chegada ao aeroporto de Villavicencio. As Farc entregaram os últimos 10 militares e policiais que a guerrilha mantinha em seu poder, na fronteira dos departamentos de Meta e Guaviare, na selva colombiana. Os libertados eram reféns da guerrilha há pelo menos 14 anos e todos foram sequestrados entre 1998 e 1999 em ataques a postos policiais e bases militares
Foto: AP

"Apesar da promessa das Farc de cessar os sequestros de civis em troca de resgate ser positiva, não vai suficientemente longe", afirmou Marcelo Pollack, pesquisador da Anitia Internacional. "Eles devem se comprometer a pôr fim a todos os sequestros e libertar todos os civis que continuam sob seu controle. Também devem revelar o paradeiro dos que foram mortos ou morreram em cativeiro. O ELN deve fazer a mesma coisa", acrescentou Pollack em um comunicado.

A guerrilha das Farc entregou na segunda-feira os últimos 10 militares e policiais que mantinha em seu poder a uma missão do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e do coletivo Colombianos e Colombianas pela Paz. O grupo era integrado pelos militares Luis Alfonso Beltrán, Luis Arturo Arcia, Luis Alfredo Moreno e Robinson Salcedo; e pelos policiais César Augusto Lasso, José Libardo Forero, Wilson Rojas Medina, Jorge Romero, Carlos José Duarte e Jorge Trujillo.

Todos eles foram capturados em quatro ataques da guerrilha, praticados entre 1998 e 1999. Os reféns foram libertados em uma zona rural entre os limites dos departamentos de Meta e Guaviare, de uma só vez. Previa-se, antes, que a operação de resgate fosse efetuada em duas jornadas, entre esta segunda-feira e a quarta-feira próxima. Os militares e policiais estiveram em poder do grupo armado entre 12 e 14 anos.

"A decisão de entregá-los todos, de uma só vez, partiu das Farc, pelo que agradecemos, em nome das famílias", disse à imprensa o representante do CICV na Colômbia, o espanhol Jordi Raich. Os dez eram os últimos reféns militares e policiais mantidos em cativeiro pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), informou a própria guerrilha, embora a polícia colombiana denuncie que ainda não tem notícias de dois de seus homens, também sequestrados.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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