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Mundo

Eleição na Venezuela vai transcorrer em paz, afirma Chávez

6 out 2012 - 21h58
(atualizado em 12/4/2013 às 15h41)
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Daniel Cassol
Direto de Caracas

Faltando menos de dez horas para o começo da eleição na Venezuela, marcada por incertezas quanto à reação da candidatura que saia derrotada das urnas, o presidente Hugo Chávez fez um chamado para que todos os atores políticos do país reconheçam o resultado que será divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Para Chávez, o sistema eleitoral do país garantirá uma votação sem conflitos entre governistas e oposição.

Hugo Chávez acena na saída da coletiva de imprensa realizada no Palácio Miraflores neste sábado, em Caracas
Hugo Chávez acena na saída da coletiva de imprensa realizada no Palácio Miraflores neste sábado, em Caracas
Foto: AP

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"Nosso sistema eleitoral é um dos melhores do mundo. Estou seguro de que tudo vai transcorrer em paz, e que os atores políticos reconheceremos a voz da nação, que será anunciada pelo CNE", afirmou Chávez, em coletiva de imprensa realizada na noite deste sábado nos fundos do Palácio Miraflores, sede da presidência da Venezuela.

Chávez desceu as escadas do palácio às 20h04 (hora de Brasília), ao lado do chefe da missão de acompanhamento eleitoral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), Carlos Álvarez, que comanda 40 delegados que estão monitorando as eleições na Venezuela. Durante exatamente uma hora, Chávez falou a um "batalhão de gente", como se referiu às dezenas de jornalistas que se acomodaram atrás do Miraflores. Durante a entrevista, Chávez brincou com a imprensa e com seus assessores, mandou trazer uma espada presenteada pelo Peru, mostrou a Constituição do país, recitou poemas e disse frases de Simón Bolívar. Alegando não poder violar a lei eleitoral, porém, evitou responder às perguntas sobre as chances de ser reeleito por mais seis anos.

"Estou otimista e seguro da vitória da República Bolivariana de Venezuela, que é quem vai ganhar", limitou-se a dizer Chávez. O presidente afirmou que o sistema eleitoral do país, totalmente automatizado e fiscalizado pelas coligações que participação da disputa, é a garantia de que a votação transcorrerá sem distúrbios, durante a votação e após a divulgação do resultado. "Sempre estão insistindo no tema, e nós insistindo em ter um país maduro e democrático, onde as instituições estão funcionando. Temos um dos melhores sistemas de votação do mundo, automatizado, com auditorias, acompanhamento internacional e plena liberdade de expressão e participação. A garantia não é apenas do governo, mas do Estado", declarou Chávez.

Em uma das eleições mais disputadas dos últimos anos no país, cerca de 18 milhões de eleitores venezuelanos estão aptos para votarem neste domingo. Estima-se que abstenção deve girar em torno de 25%. Enquanto a oposição demonstra otimismo quanto à vitória e lança suspeitas sobre a possibilidade de fraude, Chávez vem pedindo uma votação massiva para que não restem dúvidas. A reação dos militantes das duas candidaturas em caso de diferença apertada alerta para a ocorrência de eventuais conflitos.

"Todos os atores políticos, de esquerda, direita e centro, que nos preparemos emocionalmente e animicamente para aceitar o resultado. Não vai acabar o mundo para ninguém", disse Chávez. "Seja qual for o resultado, seja qual for a diferença entre uma ou outra opção, a maior garantia de reconhecimento dos resultados é o povo venezuelano", completou.

O representante da Unasul também pediu aos principais candidatos que reconheçam os resultados promulgados pelo Poder Eleitoral, uma vez que o sistema de votação é considerado confiável pelas instituições consultadas pela delegação. "Apelamos para que os candidatos reconheçam o resultado do CNE. Se o árbitro é crível, se o Poder Eleitoral conta com uma confiança e uma credibilidade tão fortes, é importante fazer esse compromisso. Isso garantirá uma jornada de paz", destacou Álvarez.

Chávez, que em 1992 liderou uma tentativa frustrada de golpe de Estado, disse que é positivo para a Venezuela que ele tenha chegado ao poder através do voto. "Atores políticos que estavam armados agora estão aqui. Digo o mesmo aos setores da oposição. Queimaram a constituição. É muito positivo que quem dirigiu o golpe de Estado de 2002 tenham se incorporado de novo ao jogo democrático", afirmou.

Presidente desde 1999, Chávez pode se reeleger por mais seis anos e completar duas décadas no comando da Venezuela, período no qual promete melhorar a eficiência da administração e aprofundar as políticas sociais. Seu desafiante, Henrique Capriles, governador do estado de Miranda e ex-presidente da antiga Câmara dos Deputados, conseguiu reunir a oposição e captar votos de setores descontentes com o chavismo, moderando o discurso e garantindo a manutenção de programas do atual governo.

O CNE, órgão gestor das eleições na Venezuela, indicou que deve divulgar o resultado após três horas do término do pleito. Os centros de votação funcionarão das 6h às 18h (hora local), mas só fecharão quando não houver mais filas.

Fonte: Terra
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