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Mundo

Sob chuva, Chávez encerra campanha com promessa de fim da miséria

4 out 2012 - 18h48
(atualizado em 12/4/2013 às 16h34)
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Daniel Cassol
Direto de Caracas

O artista plástico Jorge Molina, 52 anos, é uma figura conhecida nas manifestações em apoio a Hugo Chávez. Em todos os comícios, leva um cartaz com a reprodução de fez para o presidente venezuelano quando ele estava na prisão, em 1993, após uma tentativa de frustrada de golpe de Estado comandada por Chávez. "Eu sonhei que visitava o presidente na prisão e ele me fazia uma profecia", diz Molina. No verso do cartaz, uma frase está escrita acima de uma foto de Chávez: "A profecia continua".

O presidente bolivariano cantou na chuva e prometeu erradicar a miséria ao encerrar a campanha em busca do quarto mandato consecutivo
O presidente bolivariano cantou na chuva e prometeu erradicar a miséria ao encerrar a campanha em busca do quarto mandato consecutivo
Foto: AP

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O artista plástico conta que deu aquela pintura de presente para Chávez em 2002, e aposta na vitória do presidente nas eleições do próximo domingo, por uma diferença de dois milhões de votos sobre Henrique Capriles, o principal candidato de oposição.

Assim como Molina, milhares de venezuelanos tomaram a avenida Bolívar, a principal de Caracas, e outras seis vias importantes da capital venezuelana para assitir ao último comício da campanha de Hugo Chávez nesta quinta-feira, que terminou sob forte chuva. Capriles havia realizado comício no mesmo local no último domingo. O encerramento da campanha da oposição foi realizado no interior do país.

A região central de Caracas já estava colapsada desde o começo da manhã, dada a enorme quantidade de carros, ônibus e motos convergindo para as proximidades da avenida Bolívar. O metrô de Caracas, lotado de passageiros vestindo vermelho, carregava outro grande fluxo de simpatizantes do presidente.

Chávez chegou ao palco um pouco antes das 15h. A chuva torrencial que começou a cair minutos antes não impediu Chávez de andar pela passarela a céu aberto, dançar na chuva e cantar canções folclóricas da Venezuela, que foram seguidas pelos manifestantes. "Aqui está Chávez de pé com vocês", anunciou.

"Devido às circunstâncias", Chávez prometeu falar pouco - e cumpriu. Seu discurso durou cerca de meia hora, tempo no qual atuou como um animador do público e pediu uma "avalanche de votos" no domingo. Orientou seus simpatizantes a acordarem às 3h da manhã no domingo, para votarem e fiscalizarem a eleição. O presidente ainda defendeu as políticas sociais que reduziram a desigualdade na Venezuela e, como vem fazendo nos últimos comícios, reconheceu erros do seu governo. "Meu próximo governo começa na segunda-feira, dia 8 de outubro", disse Chávez, prometendo começar uma nova etapa antes mesmo da posse.

Chávez enumerou ainda conquistas de seu governo nas áreas sociais, prometendo reduzir a zero a miséria e eliminar o desemprego na Venezuela nos próximos seis anos, caso vença a eleição. Chamou mais uma vez seu adversário de "majunche", uma pessoa sem qualidades, e disse que Capriles vai acabar com as políticas sociais. "Por nada no mundo vamos permitir que aniquilem a Venezuela. O que está em jogo nestas eleições é a vida do país", finalizou.

A Venezuela decide neste domingo se reelege Hugo Chávez, que poderá completar 20 anos na presidência da Venezuela, ou dá a vitória a Hugo Capriles, candidato da coligação opositora Mesa da Unidade Democrática. Cerca de 18 milhões de eleitores estão aptos a participar da eleição, que não é obrigatória.

Fonte: Especial para Terra
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