Oposição vai a tribunal contra Correa por intervir em canais privados
Representantes da oposição na Assembleia do Equador denunciaram nesta terça-feira perante um tribunal a medida do governo de obrigar os canais privados a emitir a programação de uma estação de televisão pública durante a revolta do dia 30 de setembro.
O político da Esquerda Democrática (ID), Andrés Páez, disse à agência
EFEque a ação foi "inconstitucional" porque não respeitou o direito dos cidadãos de "se informar na rede que quiserem" durante a revolta.
Páez testemunhou perante o Tribunal Terceiro de Garantias Penais de Quito junto com os deputados César Montúfar (Concertação Nacional), Leonardo Viteri (Partido Social Cristiano), Fausto Cobo e Fernando Aguirre (Sociedade Patriótica).
Eles tinham interposto uma ação de proteção aos direitos contra o presidente equatoriano, Rafael Correa, e contra Vinicius e Fernando Alvarado, os secretários de Administração e de Comunicação, respectivamente.
Na audiência desta terça-feira participaram os advogados de Correa e dos irmãos Alvarado.
O governo interpretou a revolta policial como uma tentativa de golpe de Estado, por isso, ordenou que as televisões e as rádios vinculassem a transmissão pública dos eventos.
Seis horas depois, os canais de televisão privados retomaram seus próprios noticiários, pouco antes de Correa ser resgatado do hospital onde os policiais envolvidos no protesto o mantiveram.
Páez declarou que a medida do governo foi "inconstitucional e ilegal", portanto espera que feitos como estes "não voltem a se repetir no futuro".
O tribunal tem um período de oito dias para realizar a próxima audiência, na qual analisará as provas e deliberará uma resolução, detalhou Páez.