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América Latina

Evo Morales acusa EUA de estarem por trás de golpe no Equador

30 set 2010 - 18h54
(atualizado às 19h54)
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O presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou nesta quinta-feira o governo dos Estados Unidos de apoiar o golpe de Estado contra seu colega equatoriano Rafael Correa, em declarações concedidas à imprensa na Casa de governo de La Paz. "Como sempre os adversários políticos da América Latina, aliados do governo dos Estados Unidos, tentam acabar com mandatos; quando não podem com referendo, (tentam) com golpe de Estado. A história se repete", assegurou Morales.

Presidente do Equador desafia manifestantes, veja:

Segundo Morales, aliado de Correa, "estavam coletando assinaturas para um (referendo) revogatório - que é o mais democrático -, (mas como) certamente já não se sentem capazes de revogar o mandato do presidente Correa, iniciam o golpe de Estado". "Esta é uma tentativa de golpe contra a Alba e a Unasul", enfatizou Morales, referindo-se à Aliança Bolivariana das Américas e à União das Nações Sul-Americanas, bloco em que Correa ocupa a presidência interina.

"Este é um golpe contra a Unasul da direita equatoriana com o apoio dos Estados Unidos", afirmou Morales. O governo equatoriano decretou nesta quinta-feira estado de exceção frente a uma rebelião de policiais e de um grupo de militares, enquanto o presidente Correa permanecia em um hospital policial de Quito, onde se refugiou depois de ter sido agredido com bombas de gás lacrimogêneo por uniformizados revoltados com uma lei que reduz seus benefícios.

Protestos

Os distúrbios registrados no Equador têm origem na recusa dos militares em aceitar uma reforma legal proposta pelo presidente Rafael Correa para reduzir os custos do Estado. As medidas preveem a eliminação de benefícios econômicos das tropas. Além disso, o presidente também considera a dissolução do Congresso, o que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, depois que membros do próprio partido de Correa, de esquerda, bloquearam no legislativo projetos do governante.

Isso fez com que centenas de agentes das forças de segurança do país saíssem às ruas da capital Quito para protestar. O aeroporto internacional chegou a ser fechado. No principal regimento da cidade, Correa tentou abafar o levante. Houve confusão, e o presidente foi agredido e atingido com bombas de gás. Correa precisou ser levado a um hospital para ser atendido. De lá, disse que há uma tentativa de golpe de Estado. Foi declarado estado de exceção no Equador - com militares convocados para garantir a segurança nas ruas. Mesmo assim, milhares de pessoas saíram às ruas da cidade para apoiar o presidente equatoriano.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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