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Comissão da Unasul avaliará situação política no Paraguai

1 jul 2012 - 19h05
(atualizado às 19h26)
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Uma comissão da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) avaliará a situação política do Paraguai, país que foi suspenso como integrante do bloco após a destituição de Fernando Lugo como presidente, informou neste domingo o chanceler peruano, Rafael Roncagliolo.

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O ministro declarou à agência oficial Andina que a comissão deverá elaborar um relatório que será discutido pelos presidentes ou chanceleres do bloco sul-americano em data a ser determinada. "Haverá uma comissão de alto nível para acompanhar o processo paraguaio e esperamos que o Paraguai possa se reintegrar a Unasul em breve", declarou à agência.

Roncagliolo enfatizou que o Peru, que na sexta-feira assumiu a Presidência temporária da Unasul, que estava nas mãos do Paraguai desde junho mas ficou vaga com a suspensão, acompanhará os paraguaios no restabelecimento de sua democracia.

"Estamos assumindo a Presidência da Unasul num momento em que temos dificuldades com o Paraguai, e portanto queremos acompanhar os paraguaios em um restabelecimento democrático pleno", afirmou. Lugo foi cassado pelo Senado paraguaio por mau desempenho de suas funções em 22 de junho e, no mesmo dia, o até então vice-presidente, Federico Lugo, assumiu a presidência, como estabelece a Constituição do país.

Processo relâmpago destitui Lugo da presidência

No dia 15 de junho, um confronto entre policiais e sem-terra em uma área rural de Curaguaty, ligada a opositores, terminou com 17 mortes. O episódio desencadeou uma crise no Paraguai, na qual o presidente Fernando Lugo, acusado pelo ocorrido, foi sendo isolado no xadrez político. Seis dias depois, a Câmara dos Deputados aprovou de modo quase unânime (73 votos a 1) o pedido de impeachment do presidente. No dia 22, pouco mais de 24 horas depois, o Senado julgou o processo e, por 39 votos a 4, destituiu o presidente.

A rapidez do processo, a falta de concretude das acusações e a quase inexistente chance de defesa do acusado provocaram uma onda de críticas entre as lideranças latino-americanas. Lugo, por sua vez, não esboçou resistência e se despediu do poder com um discurso emotivo. Em poucos instantes, Federico Franco, seu vice, foi ovacionado e empossado. Ele discursou a um Congresso lotado, pedindo união ao povo paraguaio - enquanto nas ruas manifestantes entravam em confronto com a polícia -, e compreensão aos vizinhos latinos, que questionam a legitimidade do ocorrido em Assunção.

A presidência de Lugo foi sacudida por reiteradas denúncias de paternidade feitas por várias mulheres, que pediam exames de DNA por filhos que, segundo elas, tiveram com o mandatário enquanto era bispo de San Pedro, Departamento mais pobre do país
A presidência de Lugo foi sacudida por reiteradas denúncias de paternidade feitas por várias mulheres, que pediam exames de DNA por filhos que, segundo elas, tiveram com o mandatário enquanto era bispo de San Pedro, Departamento mais pobre do país
Foto: AFP
EFE   
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