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Estados Unidos

EUA mostram preocupação com rapidez de destituição de Lugo

25 jun 2012 - 15h08
(atualizado às 15h59)
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Os Estados Unidos se declararam nesta segunda-feira "bastante preocupados" com a rapidez do julgamento político do Congresso paraguaio que destituiu na sexta-feira o presidente Fernando Lugo. "Temos acompanhado muito de perto os acontecimentos e continuamos bastante preocupados com a rapidez do processo utilizado para este julgamento político no Paraguai", disse a jornalistas a porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland.

A presidência de Lugo foi sacudida por reiteradas denúncias de paternidade feitas por várias mulheres, que pediam exames de DNA por filhos que, segundo elas, tiveram com o mandatário enquanto era bispo de San Pedro, Departamento mais pobre do país
A presidência de Lugo foi sacudida por reiteradas denúncias de paternidade feitas por várias mulheres, que pediam exames de DNA por filhos que, segundo elas, tiveram com o mandatário enquanto era bispo de San Pedro, Departamento mais pobre do país
Foto: AFP

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Washington faz consultas com os outros membros da Organização de Estados Americanos (OEA) para determinar "qual será a reação" junto com seus parceiros na entidade, disse Nuland. A secretária de Estado, Hillary Clinton, conversou com o colega brasileiro Antonio Patriota a respeito do assunto durante o fim de semana, afirmou a porta-voz. A OEA anunciou uma reunião extraordinária na quarta-feira para analisar possíveis ações diante dos acontecimentos no Paraguai.

Os Estados Unidos têm mantido uma posição mais cautelosa do que os outros países do continente. Vários retiraram seus embaixadores do Paraguai e resistem em reconhecer o governo de Federico Franco, que assumiu na sexta-feira após o impeachment de Lugo.

Processo relâmpago destitui Lugo da presidência

No dia 15 de junho, um confronto entre policiais e sem-terra em uma área rural de Cuaraguaty, ligada a opositores, terminou com 17 mortes. O episódio desencadeou uma crise no Paraguai, na qual o presidente Fernando Lugo, acusado pelo ocorrido, foi sendo isolado no xadrez político. Seis dias depois, a Câmara dos Deputados aprovou de modo quase unânime (73 votos a 1) o pedido de impeachment do presidente. No dia 22, pouco mais de 24 horas depois, o Senado julgou o processo e, por 39 votos a 4, destituiu o presidente.

A rapidez do processo, a falta de concretude das acusações e a quase inexistente chance de defesa do acusado provocaram uma onda de críticas entre as lideranças latino-americanas. Lugo, por sua vez, não esboçou resistência e se despediu do poder com um discurso emotivo. Em poucos instantes, Federico Franco, seu vice, foi ovacionado e empossado. Ele discursou a um Congresso lotado, pedindo união ao povo paraguaio - enquanto nas ruas manifestantes entravam em confronto com a polícia -, e compreensão aos vizinhos latinos, que questionam a legitimidade do ocorrido em Assunção.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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