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Mundo

Crise paraguaia: OEA convoca reunião para estudar medidas

25 jun 2012 - 11h27
(atualizado às 15h40)
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A Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou nesta segunda-feira uma reunião extraordinária na quarta-feira para estudar eventuais medidas diante dos acontecimentos no Paraguai, depois que o Congresso destituiu Fernando Lugo da presidência.

A presidência de Lugo foi sacudida por reiteradas denúncias de paternidade feitas por várias mulheres, que pediam exames de DNA por filhos que, segundo elas, tiveram com o mandatário enquanto era bispo de San Pedro, Departamento mais pobre do país
A presidência de Lugo foi sacudida por reiteradas denúncias de paternidade feitas por várias mulheres, que pediam exames de DNA por filhos que, segundo elas, tiveram com o mandatário enquanto era bispo de San Pedro, Departamento mais pobre do país
Foto: AFP

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A OEA se reunirá para debater "a situação na República do Paraguai e, caso necessário, tomar as decisões que o Conselho Permanente acordar", indicou em um comunicado.

A OEA realizou uma primeira reunião de emergência na sexta-feira sobre os acontecimentos no Paraguai, que serviu para que os países da organização hemisférica apresentassem suas dúvidas sobre o processo político neste país.

O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, afirmou no sábado que a comunidade internacional observou um "desrespeito" ao devido processo durante a destituição de Lugo.

Processo relâmpago destitui Lugo da presidência

No dia 15 de junho, um confronto entre policiais e sem-terra em uma área rural de Curaguaty, ligada a opositores, terminou com 17 mortes. O episódio desencadeou uma crise no Paraguai, na qual o presidente Fernando Lugo, acusado pelo ocorrido, foi sendo isolado no xadrez político. Seis dias depois, a Câmara dos Deputados aprovou de modo quase unânime (73 votos a 1) o pedido de impeachment do presidente. No dia 22, pouco mais de 24 horas depois, o Senado julgou o processo e, por 39 votos a 4, destituiu o presidente.

A rapidez do processo, a falta de concretude das acusações e a quase inexistente chance de defesa do acusado provocaram uma onda de críticas entre as lideranças latino-americanas. Lugo, por sua vez, não esboçou resistência e se despediu do poder com um discurso emotivo. Em poucos instantes, Federico Franco, seu vice, foi ovacionado e empossado. Ele discursou a um Congresso lotado, pedindo união ao povo paraguaio - enquanto nas ruas manifestantes entravam em confronto com a polícia -, e compreensão aos vizinhos latinos, que questionam a legitimidade do ocorrido em Assunção.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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