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Chávez retira embaixador do Paraguai e cancela envio de petróleo

24 jun 2012 - 14h56
(atualizado em 25/6/2012 às 17h34)
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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou neste domingo a retirada do embaixador venezuelano no Paraguai e a interrupção do envio de petróleo, após a destituição, na sexta-feira, do presidente Fernando Lugo pelo Senado paraguaio. "Sentimos muito, mas não apoiaremos, de forma alguma, esse golpe de Estado", afirmou Chávez nas cerimônias de comemoração do 191º aniversário da batalha de Carabobo, em que tropas separatistas derrotaram as tropas espanholas.

"Não apoiaremos, de forma alguma, esse golpe de Estado", afirmou Chávez na comemoração do 191º aniversário da batalha de Carabobo
"Não apoiaremos, de forma alguma, esse golpe de Estado", afirmou Chávez na comemoração do 191º aniversário da batalha de Carabobo
Foto: Miguel Gutierrez / EFE

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"Digo ao ministro da Energia, Rafael Ramírez, que interrompa o envio de petróleo fruto do acordo energético de Caracas", declarou o presidente, arrancando aplausos entre os presentes. Chávez voltou a classificar de "golpe de Estado ilegal e inconstitucional" o julgamento que destituiu Lugo, e assinalou que "sempre que a burguesia e a direita governam, acontecem essas coisas".

O presidente da Venezuela referiu-se a Franco como "o usurpador" que presume ter "salvo o Paraguai de se tornar um satélite chavista". "Foi o mesmo que disseram quando derrubaram Zelaya (ex-presidente de Honduras). Usam a mim como desculpa. Veja você, são os mesmos que tornaram o Paraguai uma colônia ianque por vários anos", disse Chávez.

Processo relâmpago destitui Lugo da presidência

No dia 15 de junho, um confronto entre policiais e sem-terra em uma área rural de Cuaraguaty, ligada a opositores, terminou com 17 mortes. O episódio desencadeou uma crise no Paraguai, na qual o presidente Fernando Lugo, acusado pelo ocorrido, foi sendo isolado no xadrez político. Seis dias depois, a Câmara dos Deputados aprovou de modo quase unânime (73 votos a 1) o pedido de impeachment do presidente. No dia 22, pouco mais de 24 horas depois, o Senado julgou o processo e, por 39 votos a 4, destituiu o presidente.

A rapidez do processo, a falta de concretude das acusações e a quase inexistente chance de defesa do acusado provocaram uma onda de críticas entre as lideranças latino-americanas. Lugo, por sua vez, não esboçou resistência e se despediu do poder com um discurso emotivo. Em poucos instantes, Federico Franco, seu vice, foi ovacionado e empossado. Ele discursou a um Congresso lotado, pedindo união ao povo paraguaio - enquanto nas ruas manifestantes entravam em confronto com a polícia -, e compreensão aos vizinhos latinos, que questionam a legitimidade do ocorrido em Assunção.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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