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Mundo

Zelaya diz concordar com reconciliação pedida por Lobo

11 jan 2010 - 18h21
(atualizado às 18h36)
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O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse nesta segunda-feira que concorda com o governante eleito, Porfirio Lobo, no ponto de que o país precisa de uma reconciliação, mas com justiça.

Zelaya também afirmou que o processo de anistia que será discutido nesta semana pelo Parlamento hondurenho procura favorecer os que o derrubaram.

"Eu concordo com que haja reconciliação, mas a reconciliação é buscar que haja justiça em Honduras, que se aplique a lei em Honduras", destacou o presidente deposto em entrevista concedida por telefone à rádio Globo a partir da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

Lobo disse na semana passada que Honduras precisa de uma reconciliação para superar a divisão interna gerada pelo golpe de Estado contra Zelaya.

"Nós queremos que neste país haja justiça, que os juízes sejam independentes, que não obedeçam a influências políticas, nem influências econômicas", acrescentou Zelaya.

O presidente deposto também disse que desconhece o projeto de anistia que será discutido no Parlamento, mas previu que vai favorecer os protagonistas do levante contra seu governo.

"Com a anistia, os golpistas não querem ver os delitos que cometeram aqui como um golpe de Estado", disse, ao lembrar que esse ponto não está incluído no acordo Tegucigalpa-San José.

"Não foi discutido, não se conhece o projeto, portanto, não nos pronunciamos sobre ele", apontou Zelaya.

O presidente derrubado anunciou que a Frente Nacional de Resistência Popular que condena o golpe de Estado fará uma manifestação no próximo dia 27 - justamente o dia em que o mandato de Zelaya terminaria - para protestar "contra a ditadura instalada aqui com a perda da democracia".

Zelaya foi derrubado em 28 de junho de 2009 e tirado do país pelo militares. Para seu lugar, o Congresso designou Roberto Micheletti, até então presidente do Legislativo.

EFE   
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