Wikileaks: Uribe pensou em usar força para conter Chávez
13 dez2010 - 12h43
(atualizado às 12h57)
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O ex-presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, contemplou a possibilidade de utilizar a força para conter o que considerava um projeto expansionista do venezuelano Hugo Chávez, segundo um telegrama confidencial do Departamento de Estado divulgado pelo site WikiLeaks.
"A melhor forma de enfrentar Chávez, segundo o ponto de vista de Uribe, continua sendo a ação, incluindo o uso da força militar", afirma uma nota da embaixada americana em Bogotá com data de 17 de janeiro de 2008, no qual se reporta um encontro entre o então presidente colombiano e o comandante do Estado-Maior conjunto dos Estados Unidos, Michael Mullen.
Uribe considerava que Chávez tinha um plano expansionista na região, em um prazo de cinco a sete anos, e acreditava que o venezuelano planejava usar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como sua própria milícia na Colômbia.
Na conversa, Uribe destacou também que estava disposto a enviar forças colombianas à Venezuela para que prendessem neste país líderes das Farc.
Além disso, manifestou preocupação com a possibilidade de Chávez reconhecer as guerrilhas das Farc e do Exército de Libertação Nacional (ELN) como "forças beligerantes" e insistiu que deveriam permanecer nas listas de organizações terroristas.
Em reunião com a embaixadora americana Liliana Ayalde, o ministro das Relações Exteriores paraguaio Hector Lacognata disse que o vazamento "é uma questão delicada, que requer prudência"
Foto: Reuters
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, qualificou o vazamento como uma "atuação lamentável", que espera que não traga consequências para "a segurança da Alemanha e de seus aliados"
Foto: AP
Hillary afirmou que o Departamento de Estado tomará "medidas agressivas" para responsabilizar quem roubou as informações
Foto: AP
Mahmoud Ahmadinejad acredita que a "conspiração" não vai afetar as relações entre os países árabes
Foto: AP
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que os vazamentos do WikiLeaks oferecem uma prova clara de que o mundo árabe concorda com a avaliação de Israel de que o Irã é o principal perigo para o Oriente Médio. Netanyahu afirmou que os documentos divulgados revelam que Israel e os países árabes moderados têm muito mais em comum do que reconhecem publicamente. "A maior ameaça contra a paz mundial provém do armamento nuclear do regime iraniano", acrescentou
Foto: Reuters
O secretário de imprensa dos EUA, Robert Gibbs, disse que a Casa Branca condena os vazamentos, que qualificou de "irresponsáveis" e disse que eles colocam a vida de diplomatas em risco