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América Latina

Chile: vulcão Calbuco segue instável e com risco de erupções

Pelo menos 6.400 pessoas se viram obrigadas a deixar seus lares como consequência da atividade do Calbuco

25 abr 2015 - 17h35
(atualizado às 18h34)
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O vulcão chileno Calbuco, que entrou em erupção na quarta-feira (22), segue instável e com risco de novas explosões, enquanto na região afetada seguem os trabalhos de limpeza das cinzas e o governo anunciou ajudas econômicas para os desabrigados.

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A cratera do vulcão, situado na região de Los Lagos, 1.000 quilômetros ao sul de Santiago, segue fumegando e expelindo cinzas, uma situação que, segundo o Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin), pode manter-se durante vários dias.

As autoridades mantêm a zona de exclusão de 20 quilômetros em torno do maciço para proteger a população
As autoridades mantêm a zona de exclusão de 20 quilômetros em torno do maciço para proteger a população
Foto: Sergio Candia / Reuters

O organismo destacou neste sábado em sua conta no Twitter que o maciço, que estava inativo há 42 anos, permanece "instável", motivo pelo qual se mantém o alerta vermelho.

O último relatório do Sernageomin, divulgado na sexta-feira, indicou que continuarão as erupções, principalmente de cinzas, e que podem ser gerados os 'lahares', que são fluxos de água proveniente do degelo misturada com material vulcânico e sedimentos.

Pelo menos 6.400 pessoas se viram obrigadas a deixar seus lares como consequência da atividade do Calbuco, de 2.015 metros de altitude, que surpreendeu com uma violenta erupção na tarde da última quarta-feira, que provocou uma enorme coluna de fumaça, cinza e rochas de mais de 15 quilômetros de altura.

Reunião emergencial

O ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, viajou neste sábado a Puerto Varas, uma cidade próxima ao Calbuco, para participar de uma reunião do Comitê Operacional de Emergência e anunciou a entrega de ajuda econômica para as pessoas que perderam suas casas ou seus recursos de subsistência.

Peñailillo explicou que a presidente Michelle Bachelet instruiu a entrega do chamado "bônus de móveis e utensílios", uma ajuda que também está sendo dirigida aos desabrigados pelas inundações que arrasaram as regiões de Atacama e Antofagasta há um mês. Também receberão subsídios os pequenos empresários afetados pela erupção vulcânica e os que tenham sofrido danos ou a perda total de suas casas, embora não haja ainda um cadastro dos imóveis danificados.

Estas ajudas se somarão às já anunciadas pelo Ministério da Agricultura, que está entregando forragem aos criadores de gado da região para que alimentem seus animais.

Durante este sábado, a autoridade militar - que está a cargo da situação após o estado de exceção por catástrofe decretado na quarta-feira por Bachelet - permitiu a alguns moradores retornar temporariamente a suas casas, para verificar o estado das casas e alimentar o gado.

Boa parte dos esforços dos moradores dos povoados próximos ao vulcão e dos voluntários se centrou na limpeza das ruas e casas, que acumularam até 40 centímetros de cinzas procedente do Calbuco.

Coluna de fumaça em vulcão desloca mais 2 mil pessoas:

Nuvem de cinzas e voos

A nuvem de cinzas, além disso, seguiu avançando e já foi vista na Argentina, no Uruguai e no sul do Brasil, aonde a poeira vulcânica chegou com "intensidade mínima" e sem provocar nenhum transtorno.

Na Argentina, as cinzas afetam algumas províncias do sudeste, como já ocorreu com a erupção do Puyehue-Cordón Caulle em 2011, e alcançaram também Buenos Aires, embora as autoridades tenham ressaltado que a situação melhorou nas últimas horas.

Mesmo assim, os voos que saem ou chegam da região sudeste permanecem cancelados e também houve suspensões em alguns voos para Buenos Aires de companhias internacionais como American Airlines e Delta, que na sexta-feira decidiram suspender preventivamente suas operações pela chegada da nuvem de cinzas ao aeroporto internacional de Ezeiza.

No Chile, por outro lado, os voos operam com normalidade, inclusive os que decolam e aterrissam no aeroporto de Puerto Montt, a cidade mais próxima ao vulcão.

EFE   
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