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América Latina

Volta de Vázquez à presidência marca ano de portas abertas no Uruguai

25 dez 2015 - 17h08
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O primeiro ano do segundo mandato presidencial de Tabaré Vázquez no Uruguai foi marcado pelo anúncio da volta do país ao Conselho de Segurança da ONU, uma polêmica política de refúgio, a consolidação do turismo e a internacionalização empresarial em prol da criação de riquezas.

Foi no dia 1º de março quando José Mujica, também integrante da coalizão esquerdista Frente Ampla, entregava a faixa presidencial a Vázquez, que cinco anos antes tinha feito o mesmo gesto ao agora antecessor, depois de comandar o primeiro governo da coalizão na história do Uruguai (2005-2010).

Nesse dia, Vázquez, médico de profissão, colocou como objetivo fundamental para o país "progredir em nível de desenvolvimento com crescimento inclusivo, apostando na qualidade, sustentabilidade ambiental e abertura ao mundo, com o propósito de conseguir a inserção internacional do Uruguai".

A capacidade como potência alimentícia mundial de produtos de qualidade, garantindo a rastreabilidade e a inocuidade, é uma das apostas apresentadas pelo Uruguai em 2015, um país capaz de alimentar 30 milhões de pessoas quando sua população é de 3,4 milhões de habitantes.

O pavilhão do país na Expo Milão, administrado pelo Instituto Uruguai XXI, foi essencial para a divulgação dos avanços do país em produção agrointeligente, energias renováveis e qualidade de vida.

Além disso, o Uruguai voltou a ser membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas pelos próximos dois anos, 50 anos depois da primeira e única vez que isso ocorreu (1965-1966).

Os refugiados que fogem da guerra na Síria é um dos problemas que o Uruguai topou enfrentar ainda em 2014, quando chegaram a Montevidéu 42 imigrantes em busca de uma nova vida. No entanto, o gesto promovido por Mujica foi cercado de polêmica.

Supostos casos de violência machista, negados posteriormente pelo governo, e os alertas de que algumas meninas sírias não iam à escola levantaram questionamentos sobre a adaptação das famílias, algo que ficou claramente exposto em setembro, quando os refugiados decidiram acampar em frente à sede do governo uruguaio para protestar.

Eles pediam para deixar o país pelo alto custo e por não terem condições de viverem dignamente. A manifestação, porém, acabou quatro dias depois, após a promessa do governo de atender os casos de cada família de forma individual.

Quem também realizou um protesto similar foi um grupo de ex-detidos de Guantánamo, a prisão americana em Cuba, recebidos em dezembro de 2014 pelo Uruguai. Em abril, eles ficaram quase um mês em frente à embaixada dos Estados Unidos em Montevidéu pedindo melhoras em sua situação econômica.

Cinco dos seis homens - quatro sírios, um tunisiano e um palestino - assinaram um acordo institucional com o governo, que cedeu imóveis aos refugiados e ajuda econômica. O sexto espera a chegada de sua família desde a Síria, o que parece ser determinante para que ele aceite assinar o pacto.

"O Uruguai seguirá sendo exemplo de solidariedade no que se refere a pessoas que buscam e precisam de refúgio", disse em março Vázquez, reconhecendo que implantará uma "profunda análise" sobre o assunto no país.

Desde então, após reiterados adiamentos, não se sabe quando chegará ao país a segunda leva de refugiados sírios, já que eles eram esperados ainda neste ano.

Esse também foi o ano das contínuas greves e protestos, entre outros setores, na educação e na saúde, para pedir melhorias salariais. Além disso, o governo anunciou as empresas que produzirão, sob controle estatal, a maconha recreativa que será vendida nas farmácias do país.

A participação do Uruguai nas maiores feiras turísticas do mundo e o cada vez maior fluxo de visitantes, liderado por argentinos e brasileiros, reafirma o crescente atrativo internacional de um país pequeno em extensão, mas grande em exposição.

EFE   
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