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América Latina

Venezuela teve 189 execuções extrajudiciais em 2014, afirma ONG

9 jun 2015 - 17h55
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A Venezuela registrou em 2014 pelo menos 189 execuções extrajudiciais atribuídas a agentes de segurança, a maioria em operações contra a criminalidade, denunciou nesta terça-feira uma ONG de defesa dos direitos humanos.

Segundo a Organização não Governamental Provea, outras 31 pessoas morreram no ano passado vítimas de "torturas" ou do "uso excessivo da força" por agentes policiais e militares, cinco delas durante manifestações contra o governo do presidente Nicolás Maduro.

Dos 189 assassinatos sumários, a maior parte ocorreu "durante operações realizadas por corpos de segurança do Estado, corpos policiais, militares, o que aqui chamamos de 'redadas', operações destinadas a prisões maciças", disse à AFP Inti Rodríguez, pesquisador da Provea, que monitora a situação dos direitos humanos na Venezuela desde 1988.

Esta cifra representou um aumento de 5% com relação aos casos documentados pela Provea em 2013.

"O maior aumento (dos homicídios extrajudiciais) foi no âmbito de operações realizadas pelo CICPC (Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas), durante os chamados 'madrugonazos', operações policiais destinadas a buscar supostos criminosos e executá-los", explicou o ativista.

Este organismo é o responsável por investigar as mortes violentas no país, destacou a Provea, indicando que três das vítimas eram menores de até 12 anos e 25 eram adolescentes, enquanto todos os casos estão na "impunidade".

Durante a apresentação de seu relatório anual, a ONG detalhou que outras 31 pessoas morreram nas mãos dos militares: "15 por uso indiscriminado da força, oito por uso excessivo da força, quatro por torturas, tratamento cruel, desumano ou degradante e quatro por negligência".

Deste total, cinco civis morreram durante as manifestações celebradas no país entre fevereiro e maio de 2014 contra o governo de Maduro, que deixaram um total de 43 mortos em diferentes circunstâncias, observou Rodríguez, baseando sua investigação em denúncias judiciais e de parentes das vítimas.

A Provea também reportou 2015 vítimas de violação do "direito à integridade", entre as quais 1.032 pessoas feridas durante protestos de índole diversa.

A Venezuela é considerada o segundo país mais violento do mundo, depois de Honduras, com uma taxa anual de 82 homicídios por 100.000 habitantes, segundo relatório de 2014 das Nações Unidas.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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