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América Latina

Venezuela: Parlamento rejeita pedido para investigar complô contra Maduro

No retorno das atividades, Assembleia Nacional rejeitou pedido da oposição para investigar áudio que revelaria um complô contra o presidente Nicolás Maduro, liderado pelo presidente do Parlamento, Diosdado Cabello

21 mai 2013 - 20h34
(atualizado às 21h09)
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<p>Maduro presta juramento como presidente diante do companheiro de partido Diosdado Cabello</p>
Maduro presta juramento como presidente diante do companheiro de partido Diosdado Cabello
Foto: AFP

O Parlamento da Venezuela retomou nesta terça-feira suas sessões ordinárias, suspensas há três semanas após uma confusão entre os deputados. A bancada opositora recuperou o direito de palavra, retirado no último mês de abril por decisão da direção governista, e pediu uma investigação sobre denúncias contidas em uma gravação de áudio apresentada por deputados opositores na véspera e que revelaria um complô contra o presidente Nicolás Maduro, liderado pelo presidente do Parlamento, Diosdado Cabello.

O plenário, dominada pelos aliados do governo, rejeitou o pedido. "Minoria evidente: negado", disse Cabello após consultar os deputados presentes sobre o pedido de investigação do áudio divulgado pelo opositor Ismael García, que reproduz uma conversa entre o apresentador da TV estatal Mario Silva e um alto oficial da Inteligência cubana, Aramis Palacios. "Cada um que se defenda", completou Cabello, qualificando as acusações da oposição como "fofocas, histórias e invenções", e garantindo que seus inimigos valem menos que "moscas" no lixo.

Na gravação, Mario Silva explica que Cabello, um ex-tenente que participou junto com o falecido Hugo Chávez do fracassado golpe de Estado de 1992, controla vários corpos de segurança, entre eles o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), e que o que "interessa a ele são o dinheiro e o poder". Para o jornalista, Maduro está em uma "armadilha" e corre o risco de perder o controle das Forças Armadas para os seguidores de Cabello, o que pode desencadear um golpe de Estado.

O apresentador também acusa o presidente da Assembleia Nacional de corrupção e de lavagem de dinheiro através "de empresas de fachada" e adverte: "há ministros aqui que não sabem sequer o que fazer e o mais provável é que estejam roubando, Palacios, porque acham que isto vai desmoronar", referindo-se ao projeto 'chavista.

Na sessão desta terça-feira a oposição propôs que se incluísse na discussão do dia uma moção de rejeição à violência dentro e fora do Parlamento e que se averiguassem "profundamente" os "fatos sangrentos" do dia 30 de abril no Legislativo, mas a maioria governista a rejeitou. "A violência deve ser condenada tanto dentro como fora do plenário (...) porque é o recurso dos que não tem raciocínio, dos que não tem mentalidade democrática", disse o deputado opositor William Dávila.

A deputada governista Tania Díaz respondeu que o chavismo já conversou com a oposição, em reuniões realizadas nas últimas semanas, que "rejeitam toda forma de violência" e que é fundamental que "se respeitem as normas" legislativas "para que não haja outra manifestação de violência" na Assembleia.

"Além disso, os fatos que ocorreram aqui (no Parlamento), que rejeitamos, não podem ser comparados com as 11 mortes registradas após o pleito" de abril, acrescentou a deputada.

O governo responsabiliza o líder opositor e ex-candidato presidencial Henrique Capriles por essas mortes porque ocorreram durante manifestações opositoras contra os resultados das eleições de 14 de abril. Capriles, que não reconhece os resultados eleitorais que deram a vitória a Maduro e os impugnou perante o Supremo, se desvinculou da violência e responsabiliza o governo pela situação.

Com informações das agências internacionais.

Fonte: Terra
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