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América Latina

Venezuela inicia regressiva para escolha do sucessor de Chávez

31 mar 2013 - 21h04
(atualizado às 21h32)
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Concluída a trégua pela Semana Santa, os venezuelanos começaram neste domingo a contagem regressiva para escolher daqui a duas semanas o sucessor do presidente Hugo Chávez em um pleito no qual o candidato governista, Nicolás Maduro, e o opositor, Henrique Capriles, lideram as intenções de voto.

O domingo de Páscoa foi marcado pelo ambiente pré-eleitoral e os anúncios da campanha que começa na próxima terça-feira com Maduro em Barinas, estado em que Chávez nasceu, e Capriles no oriente do país, depois que desistiu de iniciar sua cruzada no mesmo lugar que o candidato governista.

Capriles anunciou neste domingo que já não se transferirá à terra natal de Chávez para retomar seus percursos pelo país perante uma recomendação de sua equipe de campanha no departamento de Barinas. "Nossa Venezuela é suficientemente grande e as ruas são amplas para que todos possamos fazer campanha", destacou Capriles, ao assinalar que na terça-feira, quando começa oficialmente a campanha, estará na cidade de Maturín.

O anúncio ocorre depois de Maduro acusar o líder opositor de provocação e de abrir sua campanha "mandando uma mensagem de violência".

O comando "Simón Bolívar", como a oposição batizou a equipe de campanha de Capriles, convocou igualmente para esta segunda-feira mobilizações noturnas em Caracas e outras cidades do país para acompanhar seu candidato e protestar contra a violência.

Maduro, que no domingo não apareceu em nenhum ato público, aproveitou sua conta no Twitter para dirigir-se a seus seguidores e polemizar com o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que o criticou, entre outros, por chamar os opositores de "herdeiros de Hitler".

Uribe também enumerou de 1 a 12 seus comentários sobre Maduro, aproveitando os 140 caracteres do Twitter para pronunciar-se sobre o país caribenho e as políticas oficiais. "Venezuela uma das maiores inflações do mundo"; "uma das piores competitividades do mundo"; "propunha produzir mais de 6 milhões barris de petróleo, produz não mais de 2,5 milhões"; "submetida ao castrismo. Arruinada e sustenta ao comunismo cubano", foram alguns dos comentários do ex-presidente.

A nova resposta de Maduro não demorou a aparecer na rede social: "Nicolás. Nicolás. Nicolás, a obsessão fatal... ha ha ha ha", ironizou o presidente interino da Venezuela.

"Leiam Martín Niemoller sobre a Intolerância e a Repressão na época de Hitler. Basta de Intolerância e Ódio da Cúpula da Direita", continuou depois.

Maduro considerou que "a cúpula de direita promove ataques de ódio e intolerância contra artistas, médicos cubanos, a memória de Chávez e depois dizem: 'Não fui eu'". Em seguida complementou com um chamado "ao respeito das ideias, à democracia verdadeira para derrotar com razões a intolerância e a discriminação da direita".

Hoje também foi anunciado que o Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo realizará amanhã em Caracas uma reunião extraordinária para prestar uma homenagem póstuma a Chávez e expressar "um decidido respaldo" a Maduro como candidato da esquerda e do socialismo na Venezuela, segundo os organizadores.

Caracas foi sede em julho do ano passado do Foro de São Paulo, que concluiu então com um respaldo a Chávez nas eleições que ocorreriam em outubro último e nas quais o então governante conquistou sua terceira reeleição consecutiva para o período 2013-2019.

E enquanto milhares de venezuelanos retornavam de seu feriado ou assistiam às celebrações religiosas, opositores e governistas apelaram ao engenho popular para transformar os principais candidatos em bonecos nos quais tradicionalmente ateiam fogo como um ato de justiça no Domingo da Ressurreição.

A malhação de Judas, uma tradição que também ganha as ruas da Venezuela, incluiu desta vez bonecos de Maduro e Capriles que arderam em várias cidades do país. As figuras, confeccionadas com roupa velha e com fotografias ou os nomes escritos de um e outro candidato presidencial dividiram o protagonismo das malhações com assuntos como a desvalorização da moeda local, o lixo nas ruas e a insegurança.

A Venezuela viverá entre os dias 2 e 11 de abril sua primeira campanha desde 1999 sem a presença de Chávez, que chegou ao poder naquele ano e, desde então, ganhou as eleições de 2000, 2006 e 2012. O vencedor do pleito 14 de abril concluirá a gestão 2013-2019 que começou no último dia 10 de janeiro.

EFE   
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