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América Latina

Venezuela celebra eleições regionais em meio à incerteza sobre Chávez

15 dez 2012 - 11h37
(atualizado às 11h41)
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Os venezuelanos votam no domingo para escolher os governadores dos 23 estados, em eleições marcadas pelo delicado estado de saúde do presidente Hugo Chávez e nas quais o governador Henrique Capriles coloca em jogo sua liderança na oposição ao tentar a reeleição em Miranda (norte).

Chávez, 58 anos, está em um processo de recuperação "complexo e duro" em Havana depois de passar, na terça-feira, pela quarta cirurgia contra o câncer que foi diagnosticado em 2011 e que nunca teve a localização oficialmente divulgada. A evolução é "satisfatória", destacou o governo na sexta-feira.

Na votação regional, o governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) busca reconquistar os redutos da oposição, especialmente o petroleiro Zulia (noroeste) e Miranda (que envolve parte de Caracas), os mais ricos e populosos do país.

O chavismo controla atualmente 15 estados, a oposição sete e um, Monagas (sudeste), é independente.

"Está completamente azeitada a máquina que conduz as forças da pátria e as forças de Chávez à imensa vitória nas eleições", declarou na sexta-feira o chefe de campanha do PSUV, Jorge Rodríguez.

O partido mobilizou mais de 180.000 observadores voluntários.

Como nas presidenciais de outubro, nas quais Chávez foi reeleito com 55% dos votos para o terceiro mando de seis anos, o PSUV adotou a estratégia de 'um por dez', para que cada simpatizante chavista consiga dez votos.

A oposição tentará conservar as vitórias obtidas em 2008, quando a participação alcançou 66%, e seu líder Capriles lutará pela reeleição em Miranda contra o ex-vice-presidente Elías Jaua, - uma das figuras fortes do governo -, depois de perder a eleição presidencial para Chávez.

Para analistas, Capriles joga o futuro político em um desafio duplo: precisa da vitória para reforçar a liderança depois de obter a maior votação obtida pela oposição contra Chávez (44% dos votos) e garantir ainda sua candidatura caso o presidente não possa assumir o terceiro mandato em 10 de janeiro se sejam convocadas eleições em um prazo de 30 dias.

Antecipando este possível cenário, antes de passar pela cirurgia, Chávez nomeou o vice-presidente e ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, para assumir a presidência temporária e a candidatura do oficialismo nas eleições.

Sem Chávez, o vice-presidente assumiu o lugar habitualmente ocupado pelo governante no fim da campanha.

Os candidatos governistas pediram aos eleitores que proporcionem ao presidente uma vitória contundente, o que foi criticado pela oposição por considerar que a doença de Chávez foi utilizada com fins eleitorais.

A votação, em um sistema totalmente eletrônico, não acontecerá no Distrito Capital, que envolve grande parte de Caracas, pois esta jurisdição elege o governador nas eleições municipais, previstas para o primeiro semestre de 2013.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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