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América Latina

Uribe afirma que acordo com as Farc iguala sociedade civil com terrorismo

24 set 2015 - 00h14
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O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, um dos principais críticos do processo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), condenou nesta quarta-feira o acordo de justiça transicional anunciado hoje em Havana.

"O governo aceitou igualar a sociedade civil com o terrorismo", afirmou Uribe, senador do partido Centro Democrático em comunicado de nove pontos no qual fixa sua posição sobre o acordo que foi assinado pelo presidente Juan Manuel Santos e pelo chefe das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como "Timochenko".

Uribe, que antecedeu Santos na presidência, disse que, com esse acordo, "qualquer cidadão fica exposto ao risco de ter que aceitar um crime que não cometeu como condição para não ser condenado à prisão".

Além disso, para o ex-presidente "o governo aceitou abrir aos terroristas todas as possibilidades de participação na política, sem excluir os responsáveis por atrocidades".

Uribe leu o que chamou de "preocupações iniciais" sobre o acordo assinado hoje em um ato realizado em Bogotá, no qual esteve acompanhado de seu ex-vice-presidente e candidato à prefeitura de Bogotá, Francisco Santos, e do ex-candidato presidencial do Centro Democrático, Óscar Iván Zuluaga.

Em suas críticas, o ex-presidente diz que Santos, ao invés de exigir que as Farc entregassem suas armas, aceita a palavra "abandono", o que "significa que o terrorismo poderá mantê-las e usá-las quando quiser".

Além disso, Uribe considerou que o acordo de hoje, cuja assinatura foi apadrinhada pelo presidente cubano, Raúl Castro, também iguala "às Forças Armadas com o terrorismo", porque prevê "a aplicação de mecanismos de justiça idênticos" para guerrilheiros e agentes do Estado.

Por essa razão, o ex-presidente reivindicou para as Forças Armadas "um tratamento digno e independente dos criminosos".

Uribe também lamentou que o acordo não exclui o narcotráfico e o sequestro como delitos relacionados ao crime político, o que, na sua opinião, deixará impunes os responsáveis por essas "atrocidades".

Por último, Uribe comparou a assinatura prevista do acordo definitivo de paz, que segundo Santos deve acontecer no mais tardar no dia 23 de março de 2016, com um "golpe de Estado contra a democracia".

EFE   
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