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América Latina

Universidade uruguaia teme que acordo entre governo e Google ajude espionagem

9 jul 2015 - 15h38
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O reitor da uruguaia Universidade da República (Udelar), Roberto Markarian, mostrou nesta quinta-feira sua "preocupação" perante um acordo de trabalho que o Uruguai assinou com o Google para fornecer várias ferramentas a docentes e estudantes, algo que na sua opinião pode aumentar o perigo de espionagem.

"A menos que toda a humanidade esteja mentindo, é um fato que os mecanismos eletrônicos de informação são utilizados para conhecer a vida e interesses das pessoas", disse Markarian em entrevista à imprensa.

"É um fato que o Google é uma empresa internacional através da qual os meios de comunicação espionaram presidentes de repúblicas imensas. Isso é verdade, ninguém pode negar", acrescentou.

Concretamente, em maio, Miguel Brechner, presidente do Plano Ceibal -que distribui um computador portátil, conhecido como "ceibalita", a cada aluno e professor de escolas públicas-, informou que foi alcançado um acordo com o Google, no qual os docentes e estudantes uruguaios possam ter acesso aos aplicativos e ferramentas do Google Apps for Education.

Estas ferramentas incluem e-mail e espaço ilimitado, que facilitará aos docentes contar com todos os documentos e arquivos necessários para dividir suas classes no sistema Google Drive.

"Nossas crianças estudam com as ceibalitas e é isso o que queremos. São centenas de milhares de crianças, não são dez pessoas que utilizam isso", considerou o reitor, para assegurar que "a preocupação existe, mas não pelo formato próprio que possa ter, mas porque estamos perante um problema crucial".

Brechner explicou que, perante isto, o tema foi apresentado ao Conselho Diretor Central da Udelar pela Faculdade de Engenharia e a Regional Leste.

Markarian indicou que perguntou "sobre os lugares onde as informações eram guardadas e a incidência que podiam ter os mecanismos educativos do Google" na formação educativa do país, mas assegurou não ter recebido respostas concretas.

Por isso, afirmou, "o mais razoável" é que os responsáveis que promoveram isto "em nível estadual" expliquem "quais são os planos" a fim de resolver as dúvidas que surgiram.

O Plano Ceibal foi criado na primeira gestão (2005-2010) do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez.

EFE   
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