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América Latina

Unasul acha difícil reunião na próxima semana sobre crise colombo-venezuelana

28 ago 2015 - 12h59
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O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, país que ocupa a presidência da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), disse nesta sexta-feira que será difícil realizar a reunião sobre a crise colombo-venezuelana na próxima semana por conta da agitada agenda dos políticos.

Nin, encarregado de organizar este encontro, explicou à "Blu Radio", da Colômbia, que ao receber ontem o pedido de reunião por parte da chanceler colombiana, María Ángela Holguín, entrou em contato os membros da Unasul e alguns ministros informaram que estarão em viagens nos próximos dias.

"Constatei nestas conversas telefônicas que a agenda dos chanceleres está muito complexa", disse o ministro uruguaio.

Entre as viagens previstas está a que fará a ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, que comunicou a Nin que irá à Ásia na semana que vem com retorno previsto para 8 de setembro, data que o chanceler uruguaio acredita ser muito distante por conta da "gravidade da situação".

Parte da fronteira colombo-venezuelana permanece fechada há nove dias por ordens do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que justificou a medida alegando a presença de paramilitares do país vizinho e a luta contra o contrabando.

Desde então, aproximadamente, 5.300 colombianos cruzaram a fronteira, entre os que foram deportados e os que fugiram perante o medo de viver o mesmo que seus conterrâneos, uma situação que Nin qualificou hoje de "tragédia humanitária".

"Os nossos máximos esforços estão sendo feitos para que esta situação não continue em uma escalada que não sabemos onde pode dar", afirmou o chanceler uruguaio.

Após saber das palavras de Nin, María Ángela Holguín declarou à "Blu Radio" que conversaria com ele para que uma missão da Unasul se dirija à fronteira.

"Queremos que seja agora. Não dá para esperar mais dez dias com esta avalanche de colombianos assustados", destacou a ministra colombiana.

De acordo com Nin, os problemas de comércio, taxa de câmbio e escassez de produtos vividos na fronteira colombo-venezuelana não podem ser regulados com medidas de deportação.

"É a primeira vez que escuto que pessoas são deportadas para inibir o contrabando. O contrabando tem origem econômica e devemos tratá-la como tal. Essa é uma situação muito grave", acrescentou.

Sobre as críticas quanto a suposta passividade da Unasul, o chanceler lembrou que o organismo "não pode agir por si só" e que só pode atuar mediante uma solicitação. Como a Colômbia o fez, a Unasul começará a atuar.

EFE   
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