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América Latina

Chile: transexual retira candidatura por não poder usar seu nome na cédula

Tribunal Eleitoral não permitiu que Valentina Verbal usasse o nome pelo qual é conhecida

22 mai 2013 - 16h10
(atualizado às 17h06)
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A historiadora disse que ninguém a conhece por seu verdadeiro nome e, por isso, que considerou inviável continuar com sua candidatura
A historiadora disse que ninguém a conhece por seu verdadeiro nome e, por isso, que considerou inviável continuar com sua candidatura
Foto: Divulgação

Uma historiadora transexual que tentava a candidatura à Câmara dos Deputados para as eleições que serão realizadas no Chile no dia 30 de junho se retirou do processo nesta quarta-feira depois que as autoridades eleitorais rejeitaram o uso de seu novo nome.

Segundo o Serviço Eleitoral (Servel) e o Tribunal Eleitoral (Tricel), ao qual a historiadora recorreu depois da recusa, na cédula deve constar o seu nome legal, Gonzalo Verbal, e não Valentina Verbal, como é publicamente conhecida desde que se submeteu a uma operação de mudança de sexo há cinco anos.

A historiadora disse que ninguém a conhece por seu verdadeiro nome e, por isso, que considerou inviável continuar com sua candidatura. "Acho que tanto por uma perspectiva ética quanto de direitos humanos, as pessoas têm direito ao respeito da sua identidade pessoal no tratamento de parte dos organismos públicos", disse.

Valentina ia concorrer nas eleições pelo Partido de Renovação Nacional (RN), depois de ganhar a candidatura no distrito número 19, que abrange os municípios de Recoleta e Independencia, dentro da capital chilena.

Para a historiadora, o Tricel não se pronunciou sobre o assunto e declarou sua recusa no dia 4 de maio segundo a qual as reivindicações só podem ser feitas pelos partidos políticos e não pelos candidatos pessoalmente.

No entanto, disse que outra resolução, de abril de 2012, autorizava as reivindicações pessoais, e afirmou que seu caso foi consultado previamente pelo RN e a resposta foi que era permitido, o que lhe foi confirmado telefonicamente pela secretária do Tribunal.

Com tais argumentos, denunciou a "má fé" do Tribunal e acusou ambos os organismos de transgredirem a lei e as normas do direito internacional, por isso irá recorrerá à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), denunciando a "discriminação estatal" por identidade de gênero. A legislação "permite o que solicitei. Houve discriminação pura e dura", escreveu Valentina Verbal em sua conta no Twitter.

EFE   
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