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América Latina

Terremoto no Chile gerou tsunami "instantâneo", diz estudo

8 out 2015 - 19h47
(atualizado às 20h56)
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Chile é um país bem preparado para terremotos; em 2010, apesar de destruição e força de 8,8 de um tremor, o número de mortos foi relativamente baixo, se comparado com o tremor no Haiti no mesmo ano, de 7,0, que matou mais de 200 mil pessoas
Chile é um país bem preparado para terremotos; em 2010, apesar de destruição e força de 8,8 de um tremor, o número de mortos foi relativamente baixo, se comparado com o tremor no Haiti no mesmo ano, de 7,0, que matou mais de 200 mil pessoas
Foto: AP

O terremoto de magnitude 8,4 em 16 de setembro sacudiu várias regiões do Chile e gerou um tsunami "instantâneo", garantiu nesta quinta-feira o gerente técnico do programa de pesquisa do qual o país participa com o Japão para enfrentar riscos e danos de tsunamis, Rodrigo Cienfuegos.

O programa "Science and Technology Research Partnership" (Satreps - Ciência e Pesquisa em Parceria Tecnologia) é parte da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e foi criado após os tsunamis que afetaram o Chile em 2010 e ao Japão em 2011.

"O que aprendemos é que o tsunami de 16 de setembro foi instantâneo, o terremoto começou em uma área próxima ao litoral e se propagou ao fundo do mar. As pessoas que estavam nas ruas dizem que tive uma primeira inundação antes de o movimento telúrico terminar", explicou Cienfuegos.

Sendo assim, segundo ele, se o tempo estimado para retirar a população das zonas litorâneas era de 10 a 15 minutos, as novas descobertas indicam que esse tempo muito menor.

"O recente evento mudou radicalmente a visão que o mundo tem a respeito da nossa preparação na evacuação", afirmou o especialista, que também é diretor do Centro Nacional de Pesquisa para a Gestão Integrada de Desastres Naturais (Cigiden), integrante deste estudo de quatro anos, que contou ainda com a participação de sete universidades chilenas e oito japonesas e três órgãos do governo do Chile.

O projeto, assinado em 2011, está fase de finalização e os especialistas entregarão o relatório final no próximo dia 29. Todo o trabalho foi desenvolvido por cinco grupos chilenos e japoneses de pesquisa e análise, que viajam constantemente entre ambos os países para estudar este tipo de desastre natural.

"O que queremos é que a pesquisa e o conhecimento que desenvolvemos na academia sirvam para diminuir as mortes. Nossa intenção é recuperar a confiança das pessoas nas instituições porque é importante acreditar que as autoridades estão fazendo bem as coisas", sustentou Cienfuegos.

Através de simulações de tsunamis, modelos matemáticos e bases de dados com informações detalhadas destas catástrofes naturais, os analistas desenvolveram uma série de planos para diminuir os efeitos de um desastre deste tipo. Entre eles estão sistemas de alarmes, estimativas de danos por tsunami e tempos de impacto, medidas de mitigação, evacuação de moradores e a continuidade operacional de portos.

Além disso, nesta cooperação surge o Sistema Integrado de Prognóstico de Alerta de Tsunami (Sipat), um programa que está sendo testado pelo Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Marinha (SHOA) e que permite estabelecer níveis de alerta por regiões ao conhecer a magnitude, profundidade e epicentro do terremoto.

O conhecimento exato e os dados históricos permitem interpretar os eventos e seus impactos com maior precisão. No Chile, por meio de fórmulas matemática e de otimização de cômputos entre eventos, foi possível simular pelo menos 1.000 cenários em todo o litoral para poder produzir o Sipat.

Diferentemente do Chile, o Japão tem neste programa mais de 100 mil cenários e um sistema de alarme antecipado de ondas P (primárias) e S (secundárias) que permitem antever terremotos em alguns segundos ou até minutos antes que cheguem.

"A diferença entre os dois países é que o Japão tem mais desenvolvimento, muito mais recurso e trabalhou por anos no tema da redução de riscos e desastres. Temos muita pesquisa dentro e fora do país", disse a subrepresentante da Jica Chile, Toshimi Kobayashi.

Segundo esse estudo, os desafios para o Chile se focam em aprimorar a evacuação da população, melhorando a iluminação das ruas, adaptando zonas seguras com serviços básicos e sistemas de atendimento, criando mais rotas de fuga e formando líderes para atuar nestas situações.

Terremoto no Chile é sentido em Cascavel :
EFE   
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