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América Latina

Snowden deixa Hong Kong com destino a uma "nação democrática", diz Wikileaks

23 jun 2013 - 09h28
(atualizado às 09h33)
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O ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), acusado pelo país de espionagem, foi autorizado a deixar Hong Kong, no domingo, com destino final ainda desconhecido, porque um pedido dos EUA para detê-lo preso não estava de acordo com a lei, disse o governo de Hong Kong.

Edward Snowden partiu para Moscou no domingo, e seu destino final pode ser Cuba, Equador, Islândia ou Venezuela, de acordo com vários relatos.

"É um choque", disse Simon Young, um professor de direito da Universidade de Hong Kong. "Eu pensei que ele ia ficar e lutar até o fim. O governo dos EUA vai ficar irado".

A agência de notícias russa Interfax citou uma fonte da companhia aérea Aeroflot dizendo que havia um bilhete em nome de Snowden para um vôo Moscou-Cuba. A agência de notícias Itar-Tass citou uma fonte dizendo que Snowden voaria de Havana a Caracas, capital venezuelana.

O jornal South China Morning Post disse que o seu destino final pode ser o Equador ou a Islândia.

Um porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, disse que não sabia do paradeiro de Snowden ou planos de viagem.

O site anti-sigilo WikiLeaks disse que ajudou Snowden encontrar "asilo político em um país democrático".

"Ele está seguindo para uma nação democrática através de uma rota segura para efeitos de asilo, e está sendo escoltado por diplomatas e assessores jurídicos do WikiLeaks", disse o grupo em um comunicado em seu website.

A Casa Branca não fez nenhum comentário sobre as declarações do WikiLeaks.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse na semana passada que não iria deixar a Embaixada do Equador em Londres, mesmo se a Suécia encerra-se com as acusações contra ele de agressão sexual, porque ele temia prisão sob as ordens dos Estados Unidos.

Autoridades norte-americanas acusaram Snowden com roubo de propriedade do governo dos EUA, comunicação não autorizada de informações de defesa nacional e de comunicação intencional de dados de inteligência confidenciais a uma pessoa não autorizada, com as duas últimas acusações relacionadas à Lei de Espionagem dos EUA.

Os Estados Unidos tinham solicitado a Hong Kong, região administrativa especial da China, que enviasse Snowden para o país.

"O governo dos EUA, mais cedo, fez um pedido ao governo da região de Hong Kong para que desse um mandado de prisão provisório contra o Sr. Snowden," disse o governo de Hong Kong, em comunicado.

"Uma vez que os documentos fornecidos pelo governo dos EUA não cumprem integralmente os requisitos legais sob a lei de Hong Kong, o governo solicitou ao governo dos EUA que fornecesse informações adicionais ... Como o governo de Hong Kong ainda não tem informações suficientes para processar o pedido de mandado de prisão provisória, não há base legal para restringir o Sr. Snowden de sair de Hong Kong".

Ele não disse quais as informações adicionais que precisava, mas disse que Snowden deixou Hong Kong "por sua própria vontade para um país terceiro, através de um canal legal e normal".

(Com reportagem adicional de Peter Griffiths, de Londres)

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