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Mundo

Serra de Veracruz pode ser origem da gripe suína no México

28 abr 2009 - 17h15
(atualizado às 21h08)
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Uma comunidade da região montanhosa do centro do México, no Estado de Veracruz, é suspeita de ter gerado o surto do vírus da gripe suína que afeta todo o país, como denunciam seus habitantes e rejeitam as autoridades locais.

Desde dezembro de 2008 até março passado, um foco de "doenças respiratórias agudas" afetou 500 dos quatro mil habitantes da comunidade de La Gloria, localizada no município de Perote, a 270 quilômetros do leste da capital Cidade do México.

Entre os afetados, dois menores morreram em consequência de pneumonia, não por influenza, afirmou hoje o Subdiretor de Prevenção e Controle de Doenças da Secretaria de Saúde e Assistência (SSA) estatal, Alejandro Escobar Mesa, ao confirmar o surto.

No entanto, foi descoberto que outro menor contraiu o vírus da gripe suína e sobreviveu, no que seria o primeiro caso da doença no país.

O ministro da Saúde mexicano, José Ángel Córdova, considerou que não seria correto querer culpar por esses casos a comunidade de La Gloria, onde existe uma grande exploração de porcos.

Já o governador de Veracruz, Fidel Herrera, argumentou que o vírus "fica na Ásia, na China".

"De lá é que ele vem, por passageiros à América do Norte e seguramente ao Distrito Federal e ao Estado do México. Não está associado ao desenvolvimento agropecuário do vale de Perote", frisou.

La Gloria é um povoado situado nas bases da montanha de Perote, a oitava mais alta do México, onde habitam quatro mil pessoas que vivem em condições de pobreza extrema.

Além das duas crianças mortas por pneumonia, em março passado se descobriu um foco de influenza na zona. Na ocasião, duas pessoas testaram positivo para gripe suína, foram atendidas e se salvaram.

Segundo a empresa de consultoria americana Veratect Consulting, que realizou estudos sobre esses casos, um deles correspondia à influenza suína: o de uma criança de quatro anos chamada Edgar Hernández.

Em entrevista publicada esta terça-feira no diário local "Reforma", James Wilson, diretor da empresa de consultoria americana, afirmou que sua companhia avisou do caso à Organização Pan-americana da Saúde (OPS) entre 11 e 12 de abril e disse desconhecer a razão de esta instituição não ter avisado o Governo.

O Governo mexicano assegura que não foi alertado até 23 de abril, quando soube do ocorrido.

Por isso, durante vários dias foi dito que o primeiro caso era o de uma mulher do estado de Oaxaca, no sul, morta em 13 de abril.

Segundo as autoridades mexicanas, há 20 casos confirmados de morte por causa da doença e pelo menos 132 outros suspeitos.

EFE   
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