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Política

Senador boliviano Roger Pinto diz que quer reconstruir a vida no Brasil

Ele enfrentou 21 horas e meia de viagem de carro, saindo de La Paz, a capital boliviano, até chegar à cidade brasileira de Corumbá, no Mato Grosso do Sul

25 ago 2013 - 22h03
(atualizado às 22h17)
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O senador boliviano Roger Pinto, em foto de 2008
O senador boliviano Roger Pinto, em foto de 2008
Foto: EFE

Após 455 dias abrigado na embaixada do Brasil na Bolívia, o senador de oposição Roger Pinto Molina, 53 anos, disse neste domigno que sonha em reencontrar a família, reconquistar a liberdade e reconstruir a vida.

Sofrendo de cálculo renal e demonstrando sentimentos que intercalam tristeza e melancolia, Pinto Molina se disse "muito agradecido" à presidenta Dilma Rousseff e à sociedade brasileira. "Só tenho a agradecer à presidenta e ao povo brasileiro por compreenderem o que se passava comigo".

Para chegar ao Brasil, o senador boliviano enfrentou 21 horas e meia de viagem de carro, saindo de La Paz, a capital boliviana, passando por Cochabamba, Santa Cruz de La Sierra, Puerto Soares até chegar à cidade brasileira de Corumbá (MS).

Como está enfrentando um problema renal, ele pediu para o carro parar por duas vezes, porque teve náuseas e mal-estar. Mas, agora, já em Brasília, o senador se disse feliz e confiante. A seguir, os principais trechos da entrevista de Pinto Molina à Agência Brasil.

O que senhor planeja fazer agora que está no Brasil?

Roger Pinto Molina -

Quero reencontrar minha mulher e minhas filhas [elas estão no Brasil desde o ano passado] e tomar decisões de forma conjunta. Não é fácil pensar em reconstruir a vida. Mas tenho fé em Deus e confiança, que tudo se acertará. Sou advogado por formação profissional.

O senhor se sente seguro agora?

Pinto Molina -

Só tenho a agradecer a presidenta Dilma [Rousseff] ao povo e toda a sociedade brasileira por terem compreendido o que se passava comigo. Todos entenderam que havia ausência de justiça e que eu, um senador de oposição, era um perseguido.

Mas o senhor deixou bens, propriedades e uma vida na Bolívia.

Pinto Molina -

Sim, é verdade. Mas a liberdade vale mais do que qualquer bem material. Por isso, estou aqui. Passei 455 dias sem ver a luz do sol e privado da liberdade. A vida sempre encontra alternativas e eu confio nisso.

O governo da Bolívia diz que o senhor é acusado de vários crimes, como desvio de recursos públicos. O que senhor responde a isso?

Pinto Molina -

Todas as acusações são políticas. Não sou um criminoso, nem perseguido pela Justiça do meu país, mas, sim, um perseguido pelo governo [atual] da Bolívia. Essa é a realidade.

O senhor pensa em um dia voltar à Bolívia?

Pinto Molina -

Oxalá isso ocorra mais cedo do que parece. Confio na possibilidade de retornar à Bolívia. Defendo a liberdade e a democracia, e acredito que um dia meu país poderá viver isso plenamente.

Bolívia e Brasil tentam evitar crise diplomática após fuga de senador:
Agência Brasil Agência Brasil
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