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América Latina

Segurança no Haiti está sob controle, segundo a ONU

21 jan 2010 - 14h47
(atualizado às 15h42)
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A segurança no Haiti, cenário de um violento terremoto ocorrido dia 12 de janeiro, está sob controle, asseguraram nessa quinta-feira porta-vozes da ONU, apesar das cenas de saques serem frequentes na capital.

"A situação está sob controle na capital e no resto do país, a não ser em alguns casos isolados de saques", assegurou Vicenzo Puguese, porta-voz da Missão da ONU para a Estabilização do Haiti (Minustah).

Na cidade de Porto Príncipe, devastada pelo terremoto, casas, instituições oficiais, bancos e lojas foram saqueadas pela população, diante da impotência da polícia local.

Segundo a Minustah, a situação, do ponto de vista da segurança, não piorou desde o terremoto.

Entretanto, organizações, como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, foram obrigadas a suspender a ajuda humanitária devido ao ambiente tenso que reinava no bairro de Porto Príncipe onde estavam atuando.

Nos últimos seis meses, incluindo a última semana, as forças brasileiras - que exercem o comando militar da Minustah com 1,3 mil soldados no Haiti - realizaram apenas um único tiro acidental, enquanto em 2007 os tiros podiam ser contados aos milhares, segundo estatísticas brasileiras.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti no último dia 12, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 50 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, o diplomata Luiz Carlos da Costa, segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, uma menina com nacionalidades brasileira e francesa, adotada por uma família europeia, que não teve nome e idade divulgados, e pelo menos 18 militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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