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América Latina

Ríos Montt: um longo caminho até a condenação na Guatemala

10 mai 2013 - 21h04
(atualizado às 21h11)
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Foto de 23 de março de 1982 mostra momento em que o general Ríon Montt (centro) fala à imprensa na Cidade da Guatemala e anuncia a formação de uma junta após o golpe que derrubou o general Fernando Romeo Lucas García
Foto de 23 de março de 1982 mostra momento em que o general Ríon Montt (centro) fala à imprensa na Cidade da Guatemala e anuncia a formação de uma junta após o golpe que derrubou o general Fernando Romeo Lucas García
Foto: AP

Trinta anos após governar a Guatemala com mão de ferro, o ex-ditador Efraín Ríos Montt, 86 anos, foi condenado nesta sexta-feira a 80 anos de prisão por genocídio e crimes contra a humanidade envolvendo as populações indígenas durante a guerra civil guatemalteca. Abaixo, o longo caminho de Ríos Montt até a condenação:

- 23 de março de 1982: Chega ao poder após um Golpe de Estado contra o general Romeo Lucas García. Seu regime aplica a chamada política de "terra arrasada" nas comunidades indígenas acusadas pelo Exército de apoiar a guerrilha.

- 8 de agosto de 1983: É derrubado por seu ministro da Defesa, Óscar Mejía Víctores.

- 1989: Funda a Frente Republicana Guatemalteca (FRG, direita), que chega à presidência em 2000 com Alfonso Portillo, atualmente preso e cuja extradição é requerida pelos Estados Unidos por lavagem de dinheiro.

- 1994 a 2004: É deputado em três legislaturas.

- 2000 a 2004: Preside o Congresso durante o governo da FRG.

- 6 de junho de 2001: Familiares de vítimas da guerra o acusam judicialmente de genocídio pela morte de 1.771 indígenas mayas-ixiles em Quiché (norte), mas é protegido pela imunidade parlamentar.

- 2003: É inscrito como candidato da FRG, apesar de a Constituição proibir golpistas de se candidatar à presidência. Fica em terceiro lugar.

- 2011: Uma juíza tipifica como crime de genocídio o massacre de 201 camponeses na aldeia Dos Erres e o acusa formalmente.

- 14 de janeiro: Termina seu período como deputado e perde a imunidade parlamentar.

- 26 de janeiro: Se apresenta à Justiça voluntariamente e passa à prisão domiciliar.

- 1 de março: Justiça rejeita recurso baseado na lei de anistia de 1986, por não se aplicar a genocídio.

- 22 de maio: Aberto segundo processo judicial por genocídio pelo massacre de Dos Erres.

- 12 de novembro: Rejeitado outro recurso baseado na lei de anistia.

- 28 de janeiro: Admitido julgamento por genocídio pelo massacre dos mayas-ixiles.

- 19 de março: Iniciado julgamento no Tribunal Primeiro de Maior Risco A, a cargo da juíza Jazmín Barrios.

- 18 de abril: Julgamento suspenso por recursos pendentes.

- 30 de abril: Retomado julgamento, que em 8 de maio entra na fase de conclusões.

- 9 de maio: Ríos Montt fala pela primeira vez para negar que tenha cometido genocídio.

- 10 de maio: É condenado a 50 anos de prisão por genocídio e a 30 anos por outros crimes contra a humanidade. Revogada a prisão domiciliar.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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