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América Latina

Refugiado sírio no Uruguai agride funcionários do governo

6 out 2015 - 23h59
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Um dos sírios que o Uruguai acolheu como refugiado agrediu nesta terça-feira representantes do governo sul-americano durante uma reunião na qual foi informado que o Estado não tem capacidade para lhe dar um visto de entrada em outro país, como é seu desejo, informaram fontes oficiais.

O fato aconteceu na cidade Juan Lacaze, na província de Colonia, no sudoeste do país, lugar onde vive o agressor junto com sua família e para onde se deslocou a equipe do Programa de Reassentamento de Famílias Sírias junto com um representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

A Secretaria de Direitos Humanos do governo uruguaio publicou em seu site que "a reunião foi motivada pela inquietação do chefe de família para obter um visto para se transferir e se instalar em outro país".

"A equipe voltou a explicar para ele que o Estado uruguaio não está capacitado para conceder vistos de entrada em outro país" e que o poder para isso se a reserva ao país de destino, detalhou o comunicado oficial.

A reunião se prolongou por duas horas e após as discussões "o chefe de família agrediu parte da equipe do Programa", que imediatamente compareceu à polícia para denunciar o fato, informou o órgão governamental.

"Em um momento, a situação saiu do controle, houve agressão, a equipe deixou a casa e fez uma denúncia", disse à Agência Efe o secretário de Direitos Humanos da Presidência da República, Javier Miranda.

O funcionário, que disse que não estava presente na reunião, mas que manteve contato constante com sua equipe, indicou que aconteceu "uma situação superviolenta na qual voaram alguns objetos", mas que ninguém ficou ferido.

A imprensa uruguaia identificou o refugiado sírio agressor como Merhi Alshebli, e relataram que, durante a reunião com os funcionários, ele chegou despejar gasolina em seu corpo em forma de protesto.

Miranda afirmou que o sírio ameaçou atear fogo em si mesmo, mas que não chegou a fazê-lo.

Por decisão do governo do então presidente José Mujica, cinco famílias, com um total de 42 pessoas, vítimas da guerra civil na Síria, foram amparadas no Uruguai em outubro de 2014.

No início do mês de setembro, as famílias sírias protestaram durante quatro dias em frente à sede do governo uruguaio, em Montevidéu, pois estão insatisfeitos e querem deixar o país, que consideram um lugar caro, onde não podem viver dignamente.

EFE   
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