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Mundo

Redes sociais são fundamentais para convencer eleitores mexicanos

8 jun 2012 - 17h21
(atualizado às 18h32)
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As redes sociais terão um papel decisivo na escolha do próximo presidente mexicano no dia 1º de julho, já que contribuirão para que os indecisos definam seu voto, disseram nesta sexta-feira vários analistas políticos ouvidos pela agência EFE.

Representando cerca de 20% do eleitorado, os indecisos "podem mudar esta eleição, e por isso as redes sociais influirão porque, apesar de não ajudarem a chamar as pessoas a votar, as convencem sobre em quem votar", disse à EFE o analista Javier Murillo.

Com o Instituto Federal Eleitoral (IFE) controlando os tempos publicitários no rádio e na televisão, a internet se transformou em um campo aberto que os candidatos utilizam para atrair eleitores. Segundo Murillo, que nos últimos meses se dedicou a analisar como as redes influem na campanha, alguns candidatos contam com uma equipe de até 50 pessoas que trabalham apenas nas redes sociais.

"É um feito e tanto que os candidatos tenham muitas pessoas pagas no Twitter, só para fazer propaganda", afirmou o analista político, que considera que os candidatos dedicam de 10 a 20% de seu orçamento de campanha para o segmento online.

Os candidatos presidenciais Enrique Peña Nieto, Andrés Manuel López Obrador, Josefina Vázquez Mota e Gabriel Quadri têm perfis nas redes mais populares, como Twitter, Facebook e YouTube, onde publicam mensagens com frequência.

Em seu canal no YouTube, Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional (PRI) e favorito nas pesquisas, e Vázquez Mota, do governante Ação Nacional (PAN) e terceira colocada nas últimas pesquisas de opinião, são os mais ativos. Eles postam vídeos com suas propostas eleitorais e detalhes de suas campanhas ou mesmo da vida pessoal. Respectivamente, têm 10 e 3 milhões de visitas.

O esquerdista López Obrador, segundo nas pesquisas, utiliza o YouTube em menor medida, pelo canal do Movimento de Regeneração Nacional (Morena), e Quadri, do pequeno partido Nova Aliança (Panal), também o usa para apresentar suas propostas, apesar de só ter 150 mil visitas. No Twitter, a conservadora Vázquez Mota é a que tem mais seguidores - mais de 800 mil -, seguida por Peña Nieto (mais de 750 mil), López Obrador (cerca de 600 mil) e Quadri (menos de 200 mil).

"Não é porque escrevam mais mensagens que vão atrair mais votos, mas se tiverem uma atitude de abertura, de não confronto e diálogo, pode significar que tenham mais seguidores que sejam ativos a seu favor e decidam sobre sua candidatura", explicou Murillo.

Em 23 de maio, dia da primeira grande manifestação do movimento estudantil "Eu sou 132", vários cartazes diziam: "Bem-vindos ao quinto poder, as redes sociais". Com a rede como veículo, surgiu poucos dias antes um movimento de jovens que muitos qualificam como o mais interessante desta campanha e o único que pode dar uma reviravolta no pleito, que segundo as pesquisas será ganho pelo PRI, ininterruptamente no poder de 1929 a 2000.

Para Murillo, o nascimento deste movimento ocorreu após um "erro estratégico e de controle de circunstâncias" da equipe de Peña Nieto, que insultou os estudantes que vaiaram o candidato em uma visita a uma universidade e negou a situação, ao invés de reconhecê-la e se desculpar.

"A possibilidade de que haja desinformação é cada vez mais remota porque a verdade do que ocorre nos eventos de campanha se movimenta através das redes sociais", disse Murillo. Embora Peña Nieto seja o candidato que mais volume de comentários e de seguidores tem nas redes, o analista disse que o movimento está favorecendo López Obrador.

Porém, segundo Francisco Abundis, da empresa de pesquisas Parametría, o impacto do movimento não será sobre os jovens, mas sobre outros segmentos sociais. Embora acredite-se que o esquerdista "está atraindo os jovens", quem tem mais peso entre os universitários, que representam apenas 10% do eleitorado, é Quadri, depois Vázquez Mota, Peña Nieto e, por último, López Obrador, detalhou.

Na opinião do analista Martín Aceves, é López Obrador quem faz "um bom trabalho" nas redes sociais, porque nelas "se nota muito mais pessoal e direto", e todos acham que ele é quem escreve. "E a credibilidade é muito importante nas redes sociais", afirmou Aceves, para quem a estratégia de Peña Nieto e Vázquez Mota é fazer mensagens mais elaboradas.

EFE   
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