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América Latina

Raúl Castro inicia seu último mandato presidencial e encaminha substituto

24 fev 2013 - 23h49
(atualizado em 25/2/2013 às 08h01)
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O presidente de Cuba, Raúl Castro, foi ratificado neste domingo para seu segundo e último mandato à frente do país, que começa com Miguel Díaz-Canel, de 52 anos, como primeiro vice-presidente, o que representa uma significativa renovação para configurar "a direção futura" da ilha.

Como era previsível, o general Castro, de 81 anos, foi reeleito pela Assembleia Nacional de Cuba para outro mandato, mas confirmou que esta será sua última gestão presidencial.

Raúl Castro também avançou uma reforma constitucional que incluirá a limitação dos mandatos políticos a dez anos e o estabelecimento de uma idade máxima para ocupar os principais postos de liderança do país.

Especialmente relevante foi a escolha de Miguel Díaz-Canel como número dois do governo, com sua nomeação como primeiro vice-presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros, cargosnos quais substitui o histórico dirigente José Ramón Machado Ventura.

Raúl Castro, de 81 anos, emoldurou a ascensão de Díaz-Canel na necessidade de articular a troca de geração e pareceu colocar o novo vice no caminho da sucessão.

"Deve ser garantida na linha de frente do poder estatal e governamental a unidade executiva frente a qualquer contingência pela perda do líder, de modo que se preserve, sem interrupções de nenhum tipo, a continuidade e a estabilidade da nação", afirmou.

O presidente cubano disse que essa decisão possui "particular transcendência histórica" e "representa um passo definitivo na configuração da direção futura do país, mediante a transferência paulatina e ordenada dos principais cargos às novas gerações".

Esse processo de transferência de poder às novas gerações deverá se concretizar nos próximos cinco anos, acrescentou.

O presidente cubano elogiou as qualidades de Díaz-Canel, que, segundo disse, "não é uma invenção nem um improvisado".

Além de Castro e Díaz-Canel, a Assembleia Nacional de Cuba designou os cinco vice-presidentes do Conselho de Estado e seus restantes 23 membros.

Outra novidade foi a mudança na presidência do parlamento cubano, onde Esteban Lazo, de 69 anos e um dos homens fortes do Partido Comunista de Cuba (PCC), substituiu o histórico Ricardo Alarcón, que ficou à frente da Assembleia por 20 anos.

Com a sessão de hoje, a Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba abriu sua oitava legislatura com uma câmara renovada em 67%, onde as mulheres elevaram sua representação até 48,8%, os negros e mestiços a 37,9% e onde a média de idade é de 48 anos.

Quanto ao Conselho de Estado a Idade Média de seus integrantes é de 57 anos, e 61,3% nasceram depois do triunfo da revolução.

A nova legislatura, segundo lembrou Raúl Castro, estará marcada por um "fértil e intenso" trabalho para elaborar a legislação relacionada com as reformas empreendidas no país para "atualizar" seu modelo socialista.

Essa "atualização econômica", disse o presidente cubano, "é a primeira das prioridades" em uma etapa na qual as reformas entrarão em questões de "maior alcance, complexidade e profundidade".

Raúl Castro lembrou que o objetivo desse plano de reformas é "alcançar uma sociedade socialista próspera e sustentável" e "uma sociedade menos igualitária, mas mais justa".

"A aqueles que dentro ou fora do país, com boas ou más intenções, nos encorajam a ir mais rápido, dizemos que continuaremos sem pressa, mas sem pausa, com os pés e os ouvidos bem apegados à terra, sem tratamentos de choque contra o povo e sem deixar nenhum cidadão desamparado", manifestou.

Em seu discurso, ele falou de novo sobre a necessidade de seguir lutando contra a corrupção, indisciplinas e ilegalidades, e anunciou que o parlamento se reunirá na primeira quinzena de julho para tratar em profundidade "deste vergonhoso assunto".

Outra surpresa da sessão da Assembleia Nacional realizada neste domingo foi uma nova aparição pública do líder da Revolução cubana, o ex-presidente Fidel Castro, que hoje voltou a se sentar em sua cadeira de deputado.

Fidel, de 86 anos, afastado do poder desde 2006 e que reapareceu esporadicamente em atos públicos nos últimos anos, não ia à Assembleia cubana desde agosto de 2010, quando discursou em uma sessão extraordinária para falar sobre os perigos de uma eventual guerra nuclear.

O ex-presidente de Cuba é deputado do Parlamento cubano, já que concorreu como candidato pela circunscrição de Santiago de Cuba no pleito geral realizado na ilha no último dia 3.

EFE   
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