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América Latina

Professores invadem prefeitura de Acapulco por desaparecidos

Os professores ocuparam pacificamente o Palácio Municipal de Acapulco, motor econômico do Estado de Guerrero

24 out 2014 - 08h13
(atualizado às 08h14)
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Professores protestam e invadem prefeitura de Acapulco
Professores protestam e invadem prefeitura de Acapulco
Foto: Twitter

Ao menos 100 professores de Guerrero, um violento estado do sul do México, invadiram nesta quinta-feira a prefeitura da cidade turística de Acapulco para exigir das autoridades informações sobre os 43 estudantes desaparecidos há um mês.

"Estamos exigindo a apresentação, com vida, das 43 vítimas de desaparecimento forçado dos nossos companheiros neste que foi um crime de Estado", disse à AFP Walter Añorve, porta-voz da Coordenação de Trabalhadores da Educação de Guerrero (CETEG).

"Parece que estão retardando este processo (...) quando há famílias que se encontram desesperadas" desde a noite de 26 de setembro, quando os estudantes do magistério desapareceram após um ataque de policiais e pistoleiros do narcotráfico em Iguala (Guerrero).

Os professores ocuparam pacificamente o Palácio Municipal de Acapulco, motor econômico do Estado de Guerrero, sem enfrentar qualquer resistência de funcionários ou guardas.

As repartições federais estão protegidas pela polícia de choque, do mesmo modo que o Palácio da Justiça.

Acapulco, como outras cidades do México, tem sido palco de protestos contra a falta de ação das autoridades no caso dos estudantes desaparecidos.

A CETEG ameaça ocupar as 81 prefeituras de Guerrero até que os 43 estudantes apareçam.

Na noite desta quinta-feira, o governador de Guerrero, Ángel Aguirre, pediu o afastamento definitivo do cargo sob o argumento de que quer favorecer as investigações.

"Decidi pedir licença (definitiva) ao honorável Congresso do Estado", informou Aguirre, cuja renúncia era exigida por familiares e amigos dos estudantes desaparecidos.

Aguirre, do Partido da Revolução Democrática, disse que sua decisão visa a "favorecer um clima político que concentre a atenção na solução destas prioridades", em referência à busca dos 43 estudantes.

Na quarta-feira, a Procuradoria Geral mexicana acusou o prefeito de Iguala, José Luis Abarca, que está foragido, de ter ordenado o ataque a tiros por parte da polícia municipal contra dezenas de estudantes na noite de 26 de setembro, exatamente antes do desaparecimento dos jovens.

No mesmo dia, manifestantes atearam fogo ao prédio da prefeitura de Iguala, durante outro protesto pelo desaparecimento dos jovens.

Alguns dos milhares de professores e estudantes presentes no ato invadiram a prefeitura, que estava vazia, e puseram fogo no imóvel.

Na Cidade do México, mais de 45 mil pessoas - carregando tochas e velas - protestaram na noite de quarta para exigir informações sobre o paradeiro dos 43 estudantes.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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