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América Latina

Primeiro-ministro islandês anuncia renúncia após escândalo

5 abr 2016 - 13h45
(atualizado às 14h51)
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O primeiro-ministro islandês, Sigmundur David Gunnlaugsson, renunciou ao cargo nesta terça-feira, dois dias após a divulgação dos Panama Papers, que o vinculam a uma empresa em um paraíso fiscal.

De acordo com a TV pública "RÚV", a decisão foi tomada em reunião de seu Partido Progressista e horas de ele ter pedido a dissolução do parlamento ao presidente do país, Ólafur Ragnar Grímsson. Gunnlaugssonn continuará à frente do partido, que indicou o até agora ministro da Agricultura, Sigurour Ingi Jóhannsson, como novo primeiro-ministro.

Ontem, mais de 10 mil pessoas se manifestassem no centro de Reykjavík para pedir renúncia do primeiro-ministro, depois que o nome dele e o de sua mulher, Sigurlaug Pálsdóttir, apareceram vinculados a uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, conforme os documentos da empresa panamenha Mossack Fonseca divulgados no domingo pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Em paralelo, as quatro forças da oposição colocaram formalmente no parlamento um voto de censura contra o chefe do governo.

Ainda ontem, Gunnlaugsson tinha dito à TV islandesa estar determinado a continuar à frente do governo e apostado por concluir a legislatura para que os eleitores mostrassem seu parecer no próximo pleito, previstos para o ano que vem.

De acordo com documentos, Gunnlaugsson e Sigurlaug eram donos de uma empresa chamada Wintris. Lá foram depositados quase US$ 4 milhões em títulos nos três principais bancos islandeses que entraram em colapso na crise de 2008. Gunnlaugsson entrou no parlamento islandês em 2009 e no final daquele ano vendeu sua metade de participação na Wintris a sua esposa por US$ 1.

Após o escândalo, ele sustentou que em nenhum momento fez uso dessa empresa para evitar pagar impostos na Islândia.

Gunnlaugsson assumiu em 2013, com o apoio do Partido da Independência, cujo líder, Bjarni Benediktsson, atual ministro das Finanças, também aparece nos Panama Papaers.

EFE   
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